O natal do Espiritismo

Francisco Muniz



O Espiritismo tem em Jesus o guia e modelo comportamental de toda a Humanidade. Desse modo, os espíritas são conclamados a seguir as orientações do Mestre Nazareno e a imitar seus gestos de caridade, manifestando amor, respeito, compreensão e solidariedade para com todos e agindo sempre serena e humildemente.

As propostas de renovação moral deixadas por Jesus há mais de dois mil anos calam profundamente no coração e no entendimento dos profitentes da Doutrina Espírita, os quais, por essa razão, procuram renovar aspectos da tradição religiosa naquilo que lhes diz respeito, embora os respeitem nos irmãos de outras crenças, mesmo cristãs. Assim, a comemoração do Natal ganha, entre os espíritas, maior dimensão.

Já não se trata de festejar um aniversário, mas de fazer o aniversariante nascer todos os dias na alma de seus seguidores, que assim adotam nova postura ante os convites da Vida e se dispõem a praticar conscientemente cada uma das propostas transformadoras do Cristo. Não é, portanto, dedicarmo-nos apenas por um dia ao trabalho redentor, porquanto Ele disse que o dia foi feito para o homem e não o homem para o dia.

Então, os espíritas vivem o Natal cotidianamente. É, pois, Natal quando um homem socorre seu irmão ferido ou desamparado. É Natal quando nos distribuímos sopa e pão aos mendigos e pessoas sem teto. É Natal quando nos ocupamos de tarefas educativas e enobrecedoras em favor do próximo. É Natal toda vez que alguém interrompe um trabalho que considere importante para atender a uma criança. É Natal quando, sem ter sido solicitado, um homem doa de si mesmo a seu semelhante simplesmente por compreender sua carência. É Natal sempre que ouvimos e atendemos o apelo do Cristo e atendemos às demandas do infortunados, mesmo às expensas de nossa tranquilidade pessoal.

O Natal, visto dessa maneira, transcende o dia 25 de dezembro e esse mês inteiro, acontecendo a cada dia de cada ano, porque Jesus quer nascer continuamente no coração do crente e nem sempre isso se efetiva, malgrado a insistência do chamado - "Vem trabalhar na minha vinha!". É que os homens acusam ocupações e interesses para justificar seu atraso: uns têm suas casas de campo; outros, seus negócios; outros ainda, sua família.

Mas é sempre tempo de adaptar nossa realidade às recomendações revolucionárias de Jesus, no campo de nossa moralidade, e nesse aspecto o Espiritismo em muito auxilia seus adeptos sinceros. A estes cabe a responsabilidade de conhecer a Verdade que nos liberta de antigos conceitos, os quais apenas paralisam nossa marcha ascensional.

Dessa forma, com a nova compreensão acerca dos mandamentos divinos, aprendemos a nos amar e a amar mais e melhor nossos irmãos de caminhada, procurando crescer juntos para nos unificarmos em Deus. Somente assim concretizaremos entre nós o ideal contido na frase ouvida pelos pastores na noite inolvidável do nascimento do menino Jesus: "Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade".

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