O aprendizado do bem

Francisco Muniz



"Só é verdadeiramente grande aquele que, considerando a vida como uma viagem que deve conduzi-lo a um objetivo, faz pouco caso das asperezas do caminho e não se deixa jamais desviar um instante do caminho reto (...)"

São palavras de Allan Kardec, o sábio de Lyon que ganhou fama pela codificação da Doutrina Espírita, que dá prosseguimento às lições imortais de Jesus. O Cristo foi um dos muitos avatares que vieram ao mundo para mostrar ao homem como seguir pela estrada reta do bom comportamento.

No entanto, julgando nossa demora em passar pela porta estreita do crescimento espiritual, deixando-nos ainda conduzir pelos desatinos do ego, vemos ser muito naturais e compreensivos os desvios, embora preocupantes.

Por sermos dotados de livre-arbítrio, andamos em geral como queremos; algumas vezes, como sabemos; muito pouco como devemos.

O Espírito Emmanuel, mentor do médium Francisco Cândido Xavier, diz que há duas maneiras de aprendermos a seguir o caminho reto: a primeira - melhor, mais rápida e, contudo, menos preferida - é pela observação, seguindo os exemplos dignos e desprezando aqueles reveladores dos maus costumes.

A segunda - mais difícil, morosa e, contraditoriamente, mais optada - é pela experimentação, quando o homem faz suas escolhas muitas vezes sem qualquer fundamentação e sem avaliar as consequências. O resultado é o atraso na caminhada, pela necessidade dos reajustes que deve fazer ao longo do percurso.

Um exemplo desse atraso quem nos dá é o próprio Emmanuel, que conheceu Jesus pessoalmente - conforme salienta no livro "Há 2.000 anos" - e não aproveitou, enquanto um orgulhoso senador romano, aquele minuto de conversação que seria a redenção de sua vida espiritual inteira!

O resultado é que aquele Espírito teve de arrastar existências reparadoras, tendo vindo até mesmo ao Brasil, na pele do padre Manoel de Nóbrega, para que pudesse se purificar e se tornar o servidor do Cristo que aprendemos a admirar.



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