ANTONIO ERMÍRIO DE MORAES
A voz dos empresários brasileiros, por décadas, teve nome e sobrenome: Antônio Ermírio de Moraes. Líder do Grupo Votorantim, um império com 96 empresas, fundado pelo pai, o empresário ganhou notoriedade pelos ideais nacionalistas e por defender o investimento e a produção industrial. Ermírio morreu na noite do domingo 24 de agosto de 2014, aos 86 anos, em sua casa, de insuficiência cardíaca. Seu corpo foi enterrado cemitério do Morumbi, onde também estão sepultados os corpos dos filhos Mário e Carlos - os dois vítimas de câncer, em 2009 e 2011.
Trabalho, para Antônio Ermírio, era uma religião a que ele se dedicou quase que integralmente, inclusive aos fins de semana e sem férias. A dedicação era total para manter o conglomerado que, em 2013, faturou R$ 31,3 bilhões. Formado em Engenharia de Metalurgia na Colorado School of Mines (EUA), começou a trabalhar na empresa da família assim que voltou dos Estados Unidos nos anos 1940. Expandiu os negócios rapidamente e no início da década passada deu início ao processo de profissionalização das várias empresas do grupo, compartilhando o comando entre filhos e sobrinhos.
Hoje, a empresa tem 43 mil funcionários em mais de 20 países, mas Antônio Ermírio relutou à internacionalização. Por anos, criticou as multinacionais e dizia que, no dia em que investisse em outro país, deixaria de ser brasileiro.
Ele mostrava-se constantemente preocupado com a falta de rumo do país e com a ausência de uma política industrial. Reclamava dos juros altos cobrados pelos bancos e acusava o governo de dar tratamento privilegiado ao setor financeiro em detrimento da indústria e do comércio.
Ironicamente, mais tarde, ele próprio criou um banco. "Fico triste em ver que uma coisa tão fácil ganha mais do que um negócio que me tomou a vida inteira para trabalhar; um trabalhão de 50 anos", disse, comparando o banco Votorantim à Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), seu xodó entre os negócios do grupo.
Ermírio também foi um dos mais célebres exemplos de dedicação à filantropia no país. Primeiro, abraçou a área da saúde por meio de atividades à frente da Cruz Vermelha. Depois, assumiu o hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo, um dos maiores do País.
(Fontes: gazetadopovo.com.br e ebiografia.com)
(Trilha sonora: "Quem não pode se Tchaikovsky" - Tom Zé)
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