Pedro Camilo de Figueiredo
ALFRED DE MUSSETAlfred de Musset (1810-1857) foi considerado o "maior poeta da França" do seu tempo. Denso, romântico, boêmio e amante inveterado, seus versos são grandemente marcados pelas desilusões sofridas, sobretudo pela frustração da relação com George Sand, com quem viveu um romance apaixonado e cheio de decepções. Foi poeta festejado em seu tempo, mesmo em terras brasileiras. Castro Alves chegou a traduzi-lo e, por certo, nele se inspirou para suas aventuras poéticas. Seus restos mortais estão sepultados no Cemitério Père Lachaise, em Paris.
Abaixo, apresento um dos últimos escritos dele, já no ano de seu decesso, 1857, em tradução minha, livre.
ÚLTIMOS VERSOS
A hora de morrer, depois de tantos meses
Por todos os lados soa em meus ouvidos
Depois de tantos meses pelo tempo combalido
É tudo o que sinto, é tudo o que vejo
Por todos os lados soa em meus ouvidos
Depois de tantos meses pelo tempo combalido
É tudo o que sinto, é tudo o que vejo
Quanto mais luto contra minha desdita
Mais se aviva em mim o instinto do sofrer
E quando desejo pisar o chão, correr
Sinto parar no peito um coração que se agita
A coragem de lutar já se desgasta, se esvai
Então, tudo em meu descanso é combate
E como um corcel quebrado, meu corpo se debate,
Minha coragem cambaleia e cai.
Então, tudo em meu descanso é combate
E como um corcel quebrado, meu corpo se debate,
Minha coragem cambaleia e cai.
(1857)
(Trilha sonora: "Maria Betânia" - Nelson Gonçalves)
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