Um sonho?

Francisco Muniz

Esta história não começa com o sonho que tive na noite passada, mas com a pesquisa feita no dia anterior no site da Federação Espírita do Paraná, uma de minhas principais fontes biográficas para produzir a Galeria da Mediunidade que tem me ocupado desde o ano de 2024, ou antes. No site, as biografias são listadas por rubricas e uma delas destaca os "expoentes da Codificação", reunindo nomes de entidades espirituais que colaboraram com as hostes de Jesus oferecendo mensagens aproveitadas por Allan Kardec nas cinco obras do Pentateuco espírita: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.

Dito isto, vamos ao sonho, que ressalta meu gosto pela criação de histórias. Eis o que sonhei - ou inventei, naquele momento em que a alma está voltando ao corpo e as ideias se misturam aos pensamentos cotidianos: Nos Estados Unidos, um homem conversava com uma vizinha de meia idade junto ao carro dela, um modelo "Arago" de certo fabricante. Dentro de casa, a filha dessa mulher observa a conversa e chama a polícia. Logo, dois brutamontes vestidos de preto procuram aquele homem, querendo dele saber sobre o tal Arago - não o carro, mas o sábio francês que, como Espírito, deu sua contribuição à Doutrina Espírita. Sua mensagem se encontra inserida no item 8, do capítulo XVIII, da quinta obra da Codificação (A Gênese), sob o item "Sinais dos tempos". 

Quem foi Arago?

DOMINIQUE FRANÇOIS JEAN ARAGO




Na mensagem se reconhece o físico e astrônomo que foi Dominique François Jean Arago, também matemático. De família de profundas convicções republicanas, seu nascimento data de 26 de fevereiro de 1786, em Estagel, França, perto de Perpignan, tendo ali dado início aos seus estudos. Tal mente brilhante logo se transferiria para a Escola Politécnica de Paris. Aos 19 anos, foi nomeado secretário do Observatório de Paris (construído em 1667, pelo arquiteto Claude Perrault, e que é considerado o mais antigo observatório em atividade, no mundo) e mais tarde seu Diretor. Aos 23 anos, era professor de Geometria Analítica na Escola Politécnica de Paris e até a idade de 44 anos dedicou-se exclusivamente à Ciência.

Com Biot (Jean-Baptiste, físico e astrônomo francês, nascido em Paris), completou a medida de um arco do meridiano terrestre. Confirmou, de forma experimental, a teoria ondulatória da luz. Descobriu (1820) os fenômenos relativos ao magnetismo rotatório, demonstrando a relação entre as auroras boreais e as variações magnéticas. Descobriu, junto com Fresnel (Augustin-Jean, físico e engenheiro francês, nascido em Broglie), a polarização cromática da luz, a polarização rotatória e as leis sobre a interferência da luz polarizada.

Suas obras completas, em 13 volumes, foram publicadas após sua morte, no período de 1854 a 1862. É considerado um grande encorajador dos jovens para a Ciência, tendo sido defensor da reforma do ensino, da liberdade de imprensa e das ciências aplicadas. Consta que, no ano de 1825, ele foi ganhador da Medalha de Copley (Monsieur Geoffrey Copley) da Sociedade Real de Londres, considerada a recompensa maior ofertada por aquela Sociedade à descoberta ou trabalho científico de grande importância ou contribuição para a Ciência.

Casou-se aos 25 anos e foi pai por três vezes.

Politicamente, foi ativo pela causa republicana, desempenhando cargos políticos no governo. Já em 1830, foi eleito deputado pelo Departamento dos Pirineus Orientais e mais tarde por Paris. Foi Ministro da Marinha e depois Ministro da Guerra, no Governo temporário que tomou o poder após a Revolução de 1848, tendo apresentado inúmeras reformas. Na qualidade de Ministro, promulgou o decreto de abolição da escravatura nas colônias francesas. A França lhe dedicou um selo, nominando-o como físico e político. Desencarnado em 2 de outubro de 1853, em Paris, tem seu corpo depositado no Cemitério de Père-Lachaise, na capital francesa.

Quem batalhou pela Ciência e pela melhor ordem social, bem se revela nas letras que o Codificador inseriu em A Gênese: 

"A efervescência que por vezes se manifesta em toda uma população, entre os homens de uma mesma raça, não é coisa fortuita, nem resultado de um capricho; tem sua causa nas leis da Natureza. Essa efervescência, inconsciente a princípio, não passando de vago desejo, de aspiração indefinida por alguma coisa melhor, de certa necessidade de mudança, traduz-se por uma surda agitação, depois por atos que levam às revoluções sociais, que, acreditai-o, também têm sua periodicidade, como as revoluções físicas, pois que tudo se encadeia."

Na Espiritualidade, com a visão mais abrangente, ainda conclui: "Quando se vos diz que a Humanidade chegou a um período de transformação e que a Terra tem que se elevar na hierarquia dos mundos, nada de místico vejais nessas palavras; vede, ao contrário, a execução de uma das grandes leis fatais do Universo, contra as quais se quebra toda a má vontade humana".

(Fonte: feparana.com.br)

(Trilha sonora: "E o destino desfolhou" - Carlos Galhardo)

Comentários

  1. Na na maioria das vezes 87% atualmente a humanidade se destaca com a má vontade.

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  2. História excelente!
    Mostra que o pensamento centrado a vontade querer é poder....

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