Palminha, uma história

José Márcio de Almeida




(Relato ditado, através da audição, pelo espírito de José Grosso ao médium Ênio Wendling.)

Viemos de longe, de passadas eras e vamos falar sobre nosso irmão, chamado carinhosamente de Palminha [nome dado ao espírito que, quando se manifestava em reuniões de efeitos físicos, batia palmas], simplesmente Palminha. Hoje, nessa altura de sua caminhada espiritual, deseja firmemente desempenhar, como vem fazendo, a tarefa da fraternidade, sob a égide de Jesus. Busquemos reportar marcantes épocas da vida desse querido amigo. Reafirmamos que viemos de longe.

Vislumbramos os tempos dos Vedas [os Vedas formam a base do extenso sistema de escrituras sagradas do hinduísmo, que representam a mais antiga literatura de qualquer língua indo-européia]. Os grandes templos de Amon [erguidos à margem do rio Nilo, do lado oposto à cidade de Tebas]. As colunas formidáveis da cidade de Soma (subúrbio de Memphis), sob a areia do deserto no antigo Egito.

Identificamos, ainda, o nosso irmão Palminha em Tebas e Memphis [cidades do antigo Egito]. Consta que após algumas encarnações de mandos e desmandos, reencarnou-se como escravo núbio [proveniente da Núbia, região situada no vale do rio Nilo que atualmente é partilhada pelo Egito e pelo Sudão, onde, na antiguidade, se desenvolveu o que se pensa ser a mais antiga civilização negra da África], vivendo por pouco tempo nessa condição, pois devido a circunstâncias que desconhecemos tornou-se senhor. Podemos percebê-lo descansando nos alpendres dos jardins de grande palácio, nas tardes solarengas e cálidas de verão, às margens do Nilo. Como senhor, mercadejou escravos e não demonstrou nenhum sentimento fraterno para com eles, esquecendo-se de que já fora um deles.

Habitou, também, os templos de Carnac [uma comuna francesa na região administrativa da Bretanha, no departamento Morbihan].

Viveu em áreas longínquas na China. Conviveu com os Persas [uma das mais expressivas civilizações da antiguidade; a Pérsia situava-se a leste da Mesopotâmia, num extenso planalto que hoje corresponde ao Irã, localizado entre o golfo Pérsico e o mar Cáspio].

Nosso Palminha viveu na época do cristianismo em Roma. Suas idas ao circo romano o empolgaram bastante. Segundo Charles Baudelaire: “A multidão sanguinolenta reunia-se no vasto circo de Roma. O coliseu regurgitava ao murmúrio sinistro de patrícios e plebeus que buscavam, na dor dos desgraçados, o prazer e o tumulto”.

Vivendo em Roma, Palminha conheceu e se identificou com muitos cristãos. Ouviu-os falarem de Jesus.

Muitos deles estão reencarnados e vivendo no Brasil de hoje.

Naquela época, alguns fizeram parte dos quinhentos da Galiléia.

Viveu e ajudou a destruir os templos de Heliópolis [uma das cidades mais importantes do ponto de vista religioso e político do antigo Egito; situa-se a cerca de dez quilômetros a noroeste da atual cidade do Cairo], incendiando-os.

Conviveu no palácio do Califa de Samira, sendo um de seus familiares.

Renasceu na Pérsia, reviu a Índia, mas desejava, nesse tempo, algo mais da vida.

Seus sentimentos começaram a mudar. Conviveu com amigos e com a turba dos que gostavam de anarquia e destruição, pois seu passado falava muito forte, ainda, em seu espírito.

Viveu numa aldeia em Simiansqui, ao norte do império Chinês. Participou das ordens de Gengis Khan.

Estreitou laços com os afins.

Teve reencarnações na Tartária [nome utilizado por europeus desde a idade média até o século XX para designar uma grande extensão de território da Ásia central e setentrional que se estendia do mar Cáspio e das montanhas Urais até o oceano Pacífico, habitado pelos povos turcomanos e mongóis do império Mongol, genericamente chamados de tártaros; o território conhecido por este nome abrange as regiões atuais da Sibéria, Turquestão (com exceção do Turquestão Oriental), grande Mongólia, Manchúria e, por vezes, o Tibete]; após essa existência, viveu nos Bálcãs [região sudeste da Europa que engloba a Albânia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Grécia, Macedônia, Montenegro, Sérvia, o autoproclamado independente Kosovo, a porção da Turquia no continente europeu (a Trácia), bem como, algumas vezes, Croácia, Romênia, Eslovênia e a Áustria] e reencontrou um espírito muito querido na Germânia [na época romana, era uma vasta região identificada pelos romanos como o território que se estendia do rio Reno às florestas e estepes do que hoje é a Rússia]: o nosso José Grosso.

Pertenceu, também, ao grupo dos seguidores de Alarico VIII [oitavo rei dos Visigodos, um povo bárbaro-germânico oriundo do leste europeu].

Após esse período, Palminha desejou ardentemente modificações mais profundas em seu espírito.

Vieram, então, reencarnações mais suaves, tranquilas e religiosas na França, Espanha e Brasil.

Nos dias de hoje, sua identificação espiritual com os companheiros encarnados é grande.

Quer ser lembrado somente como Palminha.

Seus objetivos se encontram no apostolado do bem, na simplicidade consciente e responsável do espírito que deseja valorizar o atual momento em que estamos vivendo, pois são marcos decisórios para a sua evolução e a de todos nós.

Em sucessivas reencarnações, nosso irmão Palminha experimentou derrotas, conquistas e sofrimentos atrozes. Mas, hoje, considera o momento um oásis de bênçãos na tarefa junto aos companheiros espíritas do Brasil e da Fraternidade.

Não podemos deixar de citar a encarnação de Palminha no Brasil como Antônio da Silva, um dos nove filhos do casal Gerônimo e Francisca, e irmão de José da Silva – José Grosso. Pertenceu, também, a um dos bandos justiceiros da época, os cangaceiros de Lampião, na década de 1930, no Nordeste.

Desencarnou com ferimentos, quando do cerco policial nas imediações da cidade de Floriano, no Piauí.

Consta que tentava fugir quando foi alvejado.

Correu sem perceber que seu corpo ficara para trás. Voltou e constatou que “havia desencarnado”.

Não é sabido quanto tempo levou até ser amparado pelos Espíritos Joseph, Scheilla e José Grosso.

Com o passar do tempo, foi convocado a cooperar nas reuniões do grupo Scheilla, em Belo Horizonte. Também junto ao médium Peixotinho, na década de 1940, no Grupo Espírita André Luiz, do Rio de Janeiro.

[Junto ao médium Jairo Avellar ditou os livros "Babili", contando a libertação do povo judeu na Babilônia pelo Imperador Ciro II, abrindo os caminhos para a vinda de Jesus, e "Tudo pode esperar, mas existe um tempo certo para tudo!"; e presentemente tem comparecido às reuniões do Grupo Mediúnico Maria de Nazaré, da Casa de Caridade Herdeiros de Jesus, em Belo Horizonte].

*

Nota
Os textos entre colchetes foram incluídos por José Márcio de Almeida.

Adendo
Como integrante do grupo devotado à enfermeira Scheilla, o Espírito Palminha também presta serviços aos necessitados de todo o Brasil; em Salvador, sua assistência se manifesta na Casa de Oração bezerra de Menezes, no C. E. Paulo e Estêvão, no Grupo da Prece e também na Instituição Ecumênica Irmã Scheilla Divino Amor, onde o Espírito Scheilla realiza atendimentos. 


(Fonte: divulgandoadoutrinaespirita.wordpress.com)

(Trilha sonora: "Janela do dia" - Renata Rosa)

Comentários