A lei de Moisés

Francisco Muniz


Ainda impactado com a fala que na série The Chosen (Os escolhidos) puseram na boca de Jesus, muito apropriadamente, resolvi tecer alguns comentários que julgo pertinentes.

Jesus, o Cristo, é, deveras, a lei de Moisés. O grande legislador dos antigos hebreus, antecessores dos judeus dos tempos apostólicos quanto da atualidade, apresentara-nos o Decálogo, contendo os dez mandamentos da Lei de Deus.

Ao revelar-se como o Messias predito séculos antes por profetas como Isaías, Jesus desde cedo demonstrou sua autoridade, tendo informado que não veio destruir a Lei, mas dar-lhe cumprimento. Evidentemente, ele não poderia contradizer-se, de forma que nele, em seu ensinamento, estão, de fato, toda a Lei de Deus e tudo quanto os antigos profetas preconizaram.

E isto é algo que estudiosos do Evangelho como Carlos Torres Pastorino, autor de Sabedoria do Evangelho (Ed. Sabedoria, RJ), atestam. Por exemplo, Pastorino destrincha a hierarquia espiritual à qual o Cristo pertence, estando abaixo do Pai que o enviou em sua missão sagrada e do Ancião dos Dias, aquele que entre os antigos é conhecido com o nome de Melquisedec (leiam a Epístola aos Hebreus, de Paulo de Tarso).

Na condição de sumo-sacerdote da ordem de Melquisedec, o Cristo veio nos instruir quanto à nossa iniciação nessa ordem, tarefa que hoje executamos no âmbito do Espiritismo, uma vez que as demais correntes filosóficas vinculadas ao Cristianismo inibiram a expansão do entendimento espiritual quando instituíram seus dogmas.

Por essa razão é que muitos cristãos ainda se submetem às ordenações moisaicas, demorando-se para a real compreensão e consequente vivência das lições do Mestre de Amor, que um dia dia nos disse que Deus não quer sacrifício, mas misericórdia.

A lei divina, assim, é sumamente misericordiosa em sua ação educativa, porquanto não pune a ninguém, sendo flexível ao extremo e ao mesmo tempo rigorosa conforme o dar a cada um de acordo com seus atos, segundo declarou o Nazareno.




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