Galeria da mediunidade extra (IV)

Francisco Muniz

ANDRÉ LUIZ PEIXINHO

No dia 30 de março de 2024 o movimento espírita baiano, especificamente, e o brasileiro, em geral, perdeu a presença física do médico, psicólogo, filósofo e escritor espírita André Luiz Peixinho, que desencarnou vítima de uma parada cardíaca enquanto participava de uma atividade online da Federação Espírita do Estado da Bahia, da qual era um dos diretores e presidiu durante alguns anos, além de representar a instituição no Conselho Federativo Nacional, órgão da Federação Espírita Brasileira. Casado com  Edinólia Peixinho, não deixou filhos.

Natural de Serrinha, cidade do interior da Bahia, Peixinho, como era mais conhecido, nasceu num lar espírita. Seu pai, o médium Aristóteles Peixinho (carinhosmente apelidado de Tio Peixe), também retratado nesta Galeria, ficou conhecido na região por fundar centros espíritas em várias cidades e desenvolver uma importante obra assistencial em Serrinha, onde presidia o Centro Espírita Deus, Cristo e Caridade.

Como  filho de peixe peixinho é, desde cedo o menino André Luiz interessou-se pela Doutrina Espírita, continuando sua evangelização ao se transferir para Salvador, onde veio estudar Medicina, integrando-se à Juventude Espírita Nina Aroeira (JENA), do Centro Espírita Caminho da Redenção, assim conhecendo o médium e tribuno Divaldo Pereira Franco, de quem se tornou amigo. Segundo Divaldo, André foi, quando encarnado, o que se pode chamar de "verdadeiro espírita", aquele que realmente vive os postulados da Doutrina, de acordo com a definição de Allan Kardec. 

Ele destacou a carreira de Peixinho como médico e professor na Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde criou a disciplina Medicina e Espiritualidade e sua dedicação aos estudos. “André não se limitou ao conhecimento da medicina, fez pós-graduação, fez psicologia, fez filosofia e em todas as disciplinas foi um excelente aluno e um excelente mestre”, comentou. Para Divaldo, no entanto, o comportamento de André com o próximo tinha ainda mais relevância. “O que o mais me fascinava era o seu espírito de fraternidade, a maneira como se comportava em relação aos outros, o interesse em ensinar”, disse. 

De fato, a educação era a grande paixão de André Peixinho, sempre colocando em primeiro lugar as necessidades do Espírito imortal, de modo a suscitar a reforma integral do Homem.  Em razão disso,  André criou, em 1993, junto com outros companheiros, o Instituto Hólon, voltado para a promoção do desenvolvimento do potencial humano, com atuação nas áreas de saúde e educação. Erudito, ouvir as palestras e conferências de André Luiz Peixinho era plenificar-se de conhecimentos profundos e também divertir-se com suas tiradas humorísticas marcadas pela sutileza. 

Como escritor, ele é autor de dois livros de títulos muito sugestivos: A Face Eterna do Ser (ed. Fundação José Petitinga, 2007), uma coletânea de artigos publicados no Jornal A Tarde e pretende contribuir para a compreensão do magno problema da existência humana, principalmente no seu significado e no seu destino. Aborda temas como psicologia, filosofia, religião, espiritismo, entre outros; e As Bem-aventuranças e Outras Belezas Espirituais (ed. Intervidas, 2018), obra na qual a presença do Cristo é sentida de forma intensa na abordagem única do professor, médico, filósofo e psicólogo André Luiz Peixinho.

(Fonte: aloalobahia.com)

Trilha sonora: "Arrumação" - Elomar