Francisco Muniz
1."Quem me fez juiz de vossas causas?"
Com essas palavras, Jesus, que falava ao espírito imortal e não às personagens animadas com as quais conviveu na Palestina de dois mil anos atrás, propõe que nós mesmos resolvamos nossas questões, sem apelarmos para terceiros, isto é, sem ocuparmos a Divindade com assuntos de ordem inferior quais os afeitos à realidade material.
2.
"Se quiserem tomar tua capa, oferece também a túnica."
Uma das principais lições do Cristo para a Humanidade diz respeito ao desprendimento dos bens terrenos. A razão disso é que somos todos Espíritos imortais de passagem pela realidade material e em pouco tempo sairemos daqui levando unicamente o que nos enriqueça a alma. De nada devemos fazer questão, portanto, uma vez que nada do que aqui usufruímos terá importância no lugar para onde iremos.
3.
"Credes em Deus. Crede também em mim."
Ainda hoje, há quem não creia no Cristo e na missão que ele cumpriu admiravelmente aqui na Terra, 2024 anos atrás, desprezando a verdade que veio representar em nome do Pai Criador. Acreditar no Cristo é admitir que ele é de fato o caminho da Verdade e da Vida, através do qual muito facilmente chegaremos à união com a Divindade, esforçando-nos na prática de seus doces mandamentos.
4.
"Sois o sal da terra. Se esse sal se perder, com que se há de salgar?"
Ser o sal da terra significa fazermos a diferença no mundo seguindo as determinações do Cristo, dando sabor aos relacionamentos na família, na sociedade e no mundo, abarcando toda a Humanidade. Ou seja, é praticarmos a caridade em todas as suas acepções, conforme o que os Espíritos Superiores disseram quando Allan Kardec perguntou como Jesus entendia a caridade: "Benevolência para com todos, indulgência para com as faltas alheias e perdão das ofensas".
5.
"Quem quiser ser o maior no reino dos céus seja o servidor de todos."
Descer do pedestal de orgulho, arrogância e prepotência é tarefa inadiável de todo aquele que se julga poderoso, caso contrário, a queda será fragorosa. Assim, se o rei pode lavar os pés do mendigo, deve fazê-lo, conforme recomendou-nos o Cristo, com quem aprendemos as lições de mansidão e humildade como forma de criarmos, desde agora, as condições que apresentaremos no mundo espiritual, ao fim de nossa jornada na Terra.
6.
"Tudo o que fizerdes a cada um dos pequeninos de meu Pai é a mim que o fareis."
Pela contabilidade divina, cujos princípios são semelhantes aos da que exercitamos no mundo, quem recebe deve e quem paga tem haver (ou crédito). Reconheçamos que recebemos muito da Divina Providência, de modo que estamos sempre devedores, pois muito pouco retribuímos. Mas quem sabe que tudo quanto tem lhe chega por empréstimo divino aprende a partilhar seus bens com os mais necessitados, sendo esta a única maneira de nos vermos cada vez mais merecedores das benesses celestiais.
7.
"Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração."
É apanágio dos mestres transmitir lições inspiradoras a seus alunos e, nesse caso, nenhum houve como o Cristo Jesus, cujos ensinamentos, se seguidos verdadeiramente, são capazes de transformar vidas que se manifestarão sempre pacífica e humildemente, isto é, sem se imporem a ninguém e correspondendo integralmente à vontade de Deus, o Pai Criador, de cujo reino Jesus veio dar exemplo, convidando-nos para experimentarmos as mesmas alegrias junto a ele.
8.
"Concilia-te depressa com teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão."
Quem presta atenção nas palavras de Jesus compreende facilmente que sua proposta é fazer com que os homens sejam mais do que irmãos pela paternidade divina: ele quer que sejamos todos amigos uns dos outros, assim como o é de cada um de nós. Tornar-nos-emos amigos, portanto, pelo exercício livre e pleno do amor uns pelos outros, superando animosidades, consoante o ensinamento do Mestre Nazareno: "Meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem."
9.
"Dai de graça o que da graça recebestes."
A mediunidade é uma preciosa ferramenta que nos permite não só entrar em contato com o mundo dos Espíritos, estreitando nossas relações com eles. Permite, principalmente, que nos ajudemos uns aos outros, neste plano mesmo, com a participação dos amigos espirituais. É um trabalho de doação sobre o qual não se deve colocar preço, porque, ainda que esteja em nós, a mediunidade não nos pertence, sendo uma concessão divina a todos os filhos do Altíssimo com a finalidade de apressarmos os passos no caminho do progresso espiritual.
10.
"Faz a tua parte e Deus te ajudará."
No final da oração do "Pai Nosso" Jesus nos ensina a pedir a Deus que "não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos de todo o mal". No entanto, a maioria dos que nos dizemos cristãos, acostumados a tomar as palavras sagradas ao pé da letra, colocamo-nos à margem do problema, acreditando que Deus fará tudo por nós, como se não tivéssemos qualquer responsabilidade na obtenção dessa proteção. É preciso, desse modo, interpretarmos com mais atenção a lição do Cristo, posto que ele também disse que a cada um será dado de acordo com as próprias obras.
11.
"Se amais somente a quem vos ama e emprestais apenas a quem vos devolve, que fazeis de especial?"
Dizia Sócrates, cerca de cinco séculos antes de Jesus, que não conhecemos a justiça, apenas a injustiça. Para o filósofo, para conhecermos a justiça devemos abrir mão de todo que julgamos ser nosso, em favor dos mais necessitados. Se o homem quer ser, mais do que que parecer justo, deve ele despojar-se de todo sentimento egoísta, amando-se a si mesmo e ao próximo desapaixonadamente, ao ponto de amar até mesmo aos inimigos, sendo benevolente e indulgente, orando por seus perseguidores e tudo fazendo para reajustar-se perante as leis divinas.
12.
"Por que vês o cisco no olho de teu irmão e não retiras a trave que está no teu?"
Dadas as imperfeições do homem na Terra, não surpreende que ele se ocupe mais em observar e alardear os erros do próximo que prestar atenção no próprio comportamento equivocado, a fim de consertar-se. Tais imperfeições resultam de nossa ignorância acerca da verdade do que somos e do que representamos em nossa breve passagem pelo planeta, de modo que somente nos esclarecendo é que poderemos modificar nossa condição. Para tanto, o Cristo se oferece de boa vontade para nos auxiliar nessa jornada do autoconhecimento, revelando-se como o caminho da Verdade e da Vida.
Excelente
ResponderExcluir<3
ResponderExcluir