Espíritos do Evangelho (25)

As "Instruções dos Espíritos" com que Allan Kardec encerrou alguns dos 28 capítulos de O Evangelho Segundo o Espiritismo são todas assinadas e seus autores podem ser facilmente identificados, porquanto são personalidades da cultura francesa, alguns, enquanto outros têm seu nome ligado à história do Cristianismo, tendo sido ou apóstolos ou discípulos, seguidores do Mestre Jesus. Uma parte deles, porém, preferiu resguardar-se no anonimato, utilizando codinomes que em geral não permitem devassar sua identidade, o que é perfeitamente compreensível. Afinal, o próprio Kardec, nascido Hippolyte Léon Denizard Rivail, não houve por bem ocultar seu verdadeiro nome, famoso na França do séc. XIX, em proveito da Doutrina dos Espíritos? Neste despretensioso trabalho tentamos lançar luzes novas sobre esses inolvidáveis colaboradores da Codificação, numa singela homenagem ao muito que fizeram em prol de nosso esclarecimento. Para tanto, fomos buscar informações disponíveis na Internet, em sites como o da Wikipedia e o da Federação Espírita Brasileira (FEB), dentre outros. Com isso, pensamos, é possível enriquecermos um pouco mais nossa cultura espírita.



25.José, Espírito Protetor (Bordeaux, 1863; 1862)

José é um nome comum na França e, como de resto, em toda Europa, que o exportou para as américas, de modo que, bem menos que a identidade, vale, apra nós, enfatizar bem mais a condição desse Espírito que deixou dus mensagens em O Evangelho Segundo o Espiritismo, sobre a fé e sobre a indulgência, ambas recebinas na cidade de Bordeaux. Sobre a condição do Espírito protetor, apresentamos a seguir o artigo de Antônio Moris Cury publicado nas páginas do jornal Mundo Espírita.

"A Vida é, por si, uma enorme bênção. Criados por Deus, simples e ignorantes, somos seres imortais e indestrutíveis, ou seja, viveremos para sempre, seja no plano físico, seja no plano espiritual. Quem está ciente, consciente e, principalmente, convicto dessa realidade não tem a menor sombra de dúvida de que a Vida é uma bênção, um valioso e inestimável presente. Não é difícil obter essa convicção, que não se impõe a ninguém, bastando que se leia e estude as cinco obras fundamentais da Doutrina Espírita: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.

"Sobre leitura e estudo, recentemente, em agosto de 2019, o jornal Mundo Espírita reproduziu artigo de Affonso Soares, publicado na Revista Reformador da Federação Espírita Brasileira, em julho de 2002, em que o autor afirmou que: "Lendo apenas seis páginas por dia, ao cabo de um ano teremos percorrido todos os livros de Kardec", esclarecendo que se referia às cinco obras básicas do Espiritismo, antes aqui apontadas, ao mesmo tempo em que afirmou que, com vinte ou trinta minutos diários, no mesmo período de um ano, essas obras poderiam ser estudadas.

"A esse propósito, em artigo anterior intitulado "A Vida é uma só", tivemos a oportunidade de escrever: Não por acaso, a veneranda Doutrina Espírita, em variadas passagens de suas obras básicas, sugere, aconselhando, que as leiamos e estudemos de modo continuado, cada vez mais, sempre, uma vez que só nos trará benefícios de variada ordem, a começar pelo fato de que o conhecimento que adquirirmos e consolidarmos nos pertence, verdadeiramente, não havendo traça que o consuma, ferrugem que o corroa nem ladrão que o roube.

"E não podemos perder de vista, pois é da maior relevância, que o conhecimento adquirido e consolidado permanecerá conosco nesta e em futuras reencarnações, e até mesmo num futuro ainda bem longe e muito distante em que não precisemos mais reencarnar, ou seja, permanecerá conosco para todo o sempre, uma vez que o Espírito imortal e indestrutível, que é o verdadeiro ser, o ser pensante da Criação, é o arquivo da memória e viverá para sempre. Apenas para enfatizar: todos nós viveremos para sempre!

"Como se não fosse suficiente, importante enfatizar que o Espírito Protetor (também chamado de Anjo da Guarda) pertence a uma ordem elevada e cuja missão é a de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida1.

"Não menos importante é saber e guardar a certeza de que todo ser humano, seja rico ou pobre, branco, negro ou amarelo, culto ou inculto, que professe alguma crença ou não, ou que até mesmo se declare ateu, está sob o amparo de um Espírito Protetor ou Anjo da Guarda.

"O Espírito Protetor, como não é difícil concluir, busca sempre conduzir seu protegido a que opte pelo caminho do Bem, a que proceda como uma pessoa boa, como uma pessoa de Bem. Entretanto, é conveniente que fique bem claro, o protegido é dotado de livre-arbítrio, o que significa dizer que é livre para adotar, ou não, as ideias, os conselhos sugeridos pelo seu Anjo Guardião e, assim, por conseguinte, é o único responsável por suas escolhas e decisões. Nem poderia ser de outra forma. Com efeito, se o protegido apenas se limitasse a cumprir as orientações recebidas de seu Protetor, na verdade estaria agindo como um robô, que executa ordens sem pensar, sem qualquer mérito pessoal e, o que seria mais grave, sem qualquer responsabilidade.

"As provações e expiações vinculadas ao planeta Terra existem exatamente para que exercitemos a nossa inteligência, outorgada por Deus, contornando as dificuldades e os problemas e ultrapassando-os, com empenho, com esforço, com vontade claramente determinada, enfim.

"Afirmou Léon Denis: O princípio de evolução não está na matéria, está na vontade, cuja ação tanto se estende à ordem invisível das coisas como à ordem visível e material. Esta é simplesmente a consequência daquela. O princípio superior, o motor da existência, é a vontade. A Vontade divina é o supremo motor da Vida Universal2.

"Assim, ao contrário do que à primeira vista possa parecer, a atitude do protegido não é e não deve ser passiva, de mero espectador dos fatos e das decisões. A sua participação há de ser dinâmica por excelência, com o emprego do binômio decisão-responsabilidade.

"Para tanto, deve ele fazer a sua parte e do melhor modo possível, seja no que for, contribuindo assim para o equilíbrio e a harmonia das relações sociais. E é claro que o protegido pode e deve se valer da oração para a tomada de suas decisões, a fim de realizá-las com o apoio da lógica, da razão, do equilíbrio e do bom senso.

"Por fim, convenhamos, constitui grandíssimo consolo o fato de que todos nós, sem nenhuma exceção, estamos sob a guarda de um Espírito Protetor, de elevada ordem, sempre pronto a ajudar, a esclarecer, a orientar e a amparar.

"Não esqueçamos das palavras de Jesus, o Cristo: "Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo", razão pela qual devemos prestar a máxima atenção em tudo.

"É muitíssimo importante, pois, prestar atenção à voz que se manifesta em nossa intimidade, em nossa consciência, em nossa alma, de modo que devemos ficar atentos sempre!"

(Fonte: mundoespirita.com.br)

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