Espíritos do Evangelho (4)

Francisco Muniz

As "Instruções dos Espíritos" com que Allan Kardec encerrou alguns dos 28 capítulos de O Evangelho Segundo o Espiritismo são todas assinadas e seus autores podem ser facilmente identificados, porquanto são personalidades da cultura francesa, alguns, enquanto outros têm seu nome ligado à história do Cristianismo, tendo sido ou apóstolos ou discípulos, seguidores do Mestre Jesus. Uma parte deles, porém, preferiu resguardar-se no anonimato, utilizando codinomes que em geral não permitem devassar sua identidade, o que é perfeitamente compreensível. Afinal, o próprio Kardec, nascido Hippolyte Léon Denizard Rivail, não houve por bem ocultar seu verdadeiro nome, famoso na França do séc, XIX, em proveito da Doutrina dos Espíritos? Neste despretensioso trabalho tentamos lançar luzes novas sobre esses inolvidáveis colaboradores da Codificação, numa singela homenagem ao muito que fizeram em prol de nosso esclarecimento. Para tanto, fomos buscar informações disponíveis na Internet, em site como o da Wikipedia e o da Federação Espírita Brasileira (FEB), dentre outros. Com isso, pensamos, é possível enriquecermos um pouco mais nossa cultural espírita. 

4.Uma Rainha de França (Havre, 1863)

Catarina de Médici
Maria Antonieta


Esse pseudônimo impossível de identificar esconde uma das muitas rainhas que já ocuparam o trono francês. No entanto, o perfil de duas delas pode corresponder a esse Espírito que, fechando o segundo capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo ("Meu reino não é deste mundo"), vem nos falar do orgulho, do quanto esse sentimento é contraproducente em razão de nossa condição espiritual necessitada de crescer sempre para Deus. Referimo-nos a Maria Antonieta, a última rainha de França, e a Catarina de Médici, que ocupou o trono primeiro em virtude da morte de seu marido, o rei Henrique II, e, depois, como regente de seus filhos.

Cumpre notar que nenhuma delas duas era francesa de fato. Catarina foi uma nobre italiana que se tornou rainha consorte da França de 1547 até 1559, como a esposa do rei Henrique II. Nascida Caterina Maria Romola di Médici, ela casou-se aos 14 anos. A morte de Henrique a empurrou para a arena política como a mãe do frágil rei Francisco II, de quinze anos de idade. Quando ele morreu, em 1560, ela tornou-se regente de seu filho, o rei Carlos IX, de dez anos, com amplos poderes. Depois que Carlos morreu em 1574, Catarina teve um papel fundamental no reinado de seu terceiro filho, Henrique III, que dispensou os conselhos da mãe somente em seus últimos meses de vida.

Seus três filhos reinaram na França em uma época de guerra civil e religiosa quase constante. Os problemas enfrentados pela monarquia eram complexos. Inicialmente, ela aceitou uma solução de compromisso e fez concessões aos rebeldes huguenotes, como ficaram conhecidos os protestantes na França. Ela não conseguia, no entanto, compreender as questões teológicas por trás da revolta e, mais tarde, recorreu a políticas de linha dura, com frustração e raiva, contra os rebeldes. Por conta disso, chegou a ser responsabilizada pelas perseguições excessivas realizadas sob o reinado de seus filhos, em especial pelo massacre de São Bartolomeu, no qual milhares de huguenotes foram mortos em Paris e em toda a França.

Alguns historiadores têm isentado Catarina da culpa pelas piores decisões da coroa, embora evidências de sua crueldade possam ser encontrada em suas cartas. Na prática, sua autoridade foi sempre limitada pelos efeitos das guerras civis. Suas políticas, portanto, podem ser vistas como medidas desesperadas para manter a monarquia Valois no trono a qualquer custo e seu patrocínio nas artes como uma tentativa de glorificar a monarquia cujo prestígio estava em declínio. Sem Catarina, é pouco provável que seus filhos tivessem permanecido no poder. Os anos em que reinou foram chamados de "a era de Catarina de Médici". E como descrito por um de seus biógrafos, Mark Strage, ela foi a mulher mais poderosa da Europa no século XVI.

Quanto a Maria Antonieta, era ela a arquiduquesa Maria Antônia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena da Áustria e também casou-se aos 14 anos com o rei Luís XVI da França. Ambos reinaram até a Revolução Francesa, em 1792. Detestada pela corte francesa, onde era chamada L'Autre-chienne (uma paronomásia em francês das palavras autrichienne, que significa "mulher austríaca" e autre-chienne, que significa "outra cadela"), Maria Antonieta também ganhou gradualmente a antipatia do povo, que a acusava de perdulária e promíscua e de influenciar o marido a favor dos interesses austríacos.

Depois da fuga de Varennes, Luís XVI foi deposto e a monarquia abolida em 21 de setembro de 1792. A família real foi posteriormente presa na Torre do Templo. Nove meses após a execução de seu marido, Maria Antonieta foi julgada, condenada por traição e guilhotinada em 16 de outubro de 1793.

Após sua morte, Maria Antonieta tornou-se parte da cultura popular e uma figura histórica importante, sendo o assunto de vários livros, filmes e outras mídias. Alguns acadêmicos e estudiosos acreditam que ela tenha tido um comportamento frívolo e superficial, atribuindo-lhe o início da Revolução Francesa; no entanto, outros historiadores alegam que ela foi retratada injustamente e que as opiniões a seu respeito deveriam ser mais simpáticas.

Comentários

  1. Olá bom dia.
    Allan Kardec, já reenarnou?
    Existe na atualidade,livros esclarecedores sobre a opção sexual do ser humano? E entre animais irracionais?

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    1. Parece que você está perguntando se eu tenho bola de cristal. A resposta é não! :)

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