Tarefas

Francisco Muniz



Sonhar, por vezes, é cumprir tarefas.

Explico-me.

É que, para os espíritas conscientes, ou seja, para os médiuns (ostensivos ou não) convictos de sua condição de colaboradores dos Espíritos Superiores e necessitados de constante aperfeiçoamento, o sono corporal não acomete a indiviudalidade que, emancipada parcialmente, adentra o ambiente que lhe próprio para continuar seus cursos de aprimoramento e atuar junto às equipes instrutoras.

Assim é que na noite passada pareceu-me participar de uma dessas jornadas de esclarecimento e ação em favor de terceiros.

Eu me via assistindo a uma preleção na qual eram mostrados vários dados estatísticos a respeito de determinadas ocorrências envolvendo alguns Espíritos e me surpreendia pensando não ser muito afim das estatísticas, preferindo o serviço direto.

Finda a preleção, passamos à atividade prática e então eu desempenhava a função de orientar aqueles que já estavam em condições de receber melhor tratamento, enquanto os outros deveriam seguir o rumo que melhor lhes conviesse.

Essa função consistia em indicar para onde essas almas deveriam se conduzir, para a esquerda ou para a direita, sendo que nesta direção iriam os que já correspondiam aos esforços do Alto em seu favor. E o mais interessante é que, a rigor, os que entravam à direita (que ficava à minha esquerda, uma vez que eu me colocava em frente a eles) estavam acompanhados de Espíritos femininos que seriam suas respectivas mães.

Um deles, porém, que descia a ladeira junto com sua genitora, rebela-se e se dirige velozmente ao caminho da esquerda, sendo de imediato seguido pela Entidade feminina.

Depois que não havia mais ninguém para entrar à direita, eu me proponho a verificar a situação da dupla desgarrada e, encontando-os, pergunto à mãe se ela não vai mesmo levar seu filho ao campo da direita e em breve tempo voltamos todos juntos para o ambiente da boa orientação...


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