Estudando O Livro dos Espíritos (19)

Allan Kardec


Livro Segundo - Capítulo V

Considerações sobre a pluralidade das existências

O dogma da reencarnação, dizem algumas pessoas, não é novo, foi ressuscitado de Pitágoras. Jamais dissemos que a Doutrina Espírita fosse uma invenção moderna. Por constituir uma lei da Natureza, o Espiritismo há de ter existido desde a origem dos tempos e sempre nos esforçamos em provar que se encontram sinais dele na mais remota Antiguidade. Pitágoras, como se sabe, não foi o autor do sistema da metempsicose; ele o colheu dos filósofos indianos e dos egípcios, onde existia desde tempos imemoriais. A ideia da transmigração das raças formava, pois, uma crença vulgar, admitida pelos homens mais eminentes. De que maneira chegou até eles? Por uma revelação, ou por intuição? Não o sabemos. Mas, seja como for, uma ideia não atravessa os séculos e nem é aceita pelas inteligências de escol, se não contiver algo de sério. Assim, a antiguidade dessa doutrina seria mais uma prova a seu favor do que uma objeção. Todavia, entre a metempsicose dos antigos e a moderna doutrina da reencarnação há, como também se sabe, uma grande diferença: a de os Espíritos rejeitarem de maneira absoluta a transmigração da alma do homem para os animais e vice-versa.

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Algumas pessoas repelem a ideia d reencarnação pelo simples motivo de que ela não lhes convém, dizendo que já lhes basta uma existência e que não desejariam recomeçar outra semelhante.

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Supomos falar a pessoas que acreditam num futuro qualquer depois da morte, e não aos que só têm o nada como perspectiva, ou que desejam afogar sua alma no todo universal, sem individualidade, como os pingos da chuva no oceano, o que vem a ser quase a mesma coisa.

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Admitamos (...)  uma série de existências progressivas anteriores e tudo se explica. (...) Será racional preferir [as teorias] que não explicam àquela que explica?

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Ora, o que é moral e racional não pode ser contrário a uma religião que proclama ser Deus a bondade e a razão por excelência.

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Reconheçamos, portanto, em resumo, que só a doutrina da pluralidade das existências explica o que, sem ela, é inexplicável; que é eminentemente consoladora e conforme à mais rigorosa justiça; que representa para o homem a âncora de salvação que Deus, em sua misericórdia, lhe concedeu.

As próprias palavras de jesus não podem deixar dúvida a respeito.

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