Estudando O Livro os Espíritos (13)

Francisco Muniz

Livro Primeiro - Capítulo II

Elementos gerais do Universo


1 - Conhecimento do princípio das coisas

Deus não permite que tudo seja revelado ao homem neste mundo, de modo que a ele não é dado conhecer o princípio das coisas. O véu se levanta para o homem à medida que ele se depura; portanto, um dia ele penetrará o mistério das coisas que lhe são ocultas; mas, para compreender certas coisas, ele precisa de faculdades que ainda não possui. O homem pode, pelas investigações científicas, penetrar alguns dos segredos da natureza, pois a Ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas, mas ele não pode ultrapassar os limites fixados por Deus. Se Deus julgar útil, o homem pode receber comunicações de ordem mais elevada, fora das investigações científicas, acerca do que lhe escapa aos testemunhos dos sentido. Deus pode, pois, revelar aquilo que a Ciência não consegue apreender.

2 - Espírito e matéria

Deus não permite que tudo seja revelado ao homem neste mundo, de modo que a ele não é dado conhecer o princípio das coisas. O véu se levanta para o homem à medida que se depura, portanto, ele um dia penetrará o mistério das coisas que lhe são ocultas; mas, para compreender certas coisas, precisa de faculdades que ainda não possui. O homem pode, pelas investigações científicas, penetrar alguns dos segredos da natureza, pois a Ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas, mas ele não pode ultrapassar os limites fixados por Deus. Se Deus julgar útil, o homem pode receber comunicações de ordem mais elevada, fora das investigações científicas, acerca do que lhe escapar aos testemunhos dos sentidos, pois Deus pode revelar aquilo que a Ciência não consegue apreender.

Se a matéria existe de toda a eternidade, como Deus, ou criada por Ele, só Deus o sabe. Entretanto, há uma coisa que a razão nos deve indicar: é que Deus, modelo de amor e caridade, nunca esteve inativo. Por mais distante que consigamos imaginar o início de sua ação, poderemos concebê-lo um segundo que seja na ociosidade? De nosso ponto de vista, é exato definir, geralmente, a matéria como aquilo que tem extensão, que pode impressionar nossos sentidos, que é impenetrável. É que não falamos senão do que conhecemos. Mas a matéria existe em estados que nos são desconhecidos. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil que nenhuma impressão nos cause aos sentidos. Contudo, é sempre matéria, embora para nós não o seja.

A matéria é o laço que prende o espírito - eis sua definição; é o instrumento de que este se serve e sobre o qual exerce sua ação. Já o espírito é o princípio inteligente do Universo e não é fácil analisá-lo com nossa linguagem. Para nós, seres humanos, ele nada é, visto não ser uma coisa palpável; mas, para os Espíritos, é alguma coisa. Fiquemos sabendo: coisa nenhuma é o nada e o nada não existe. O espírito não é sinônimo de inteligência, esta é um atributo essencial do espírito, mas ambos se confundem num princípio comum, de sorte que, para nós, são a mesma coisa. O espírito e a matéria são distintos, independentes entre si, de modo que aquele não é uma propriedade desta, como as cores são propriedade da luz e o som uma propriedade do ar.

Mas a união do espírito e da matéria é necessária para dar inteligência à matéria. Essa união é necessária para a manifestação do espírito (aqui se entende espírito como o princípio da inteligência, abstração feita das individualidades designadas por esse nome) somente para nós, porque não estamos organizados para perceber o espírito sem a matéria; nossos sentidos não foram feitos para isso. É possível conceber o espírito sem a matéria - e vice-versa - mas só pelo pensamento. Desse modo, há dois elementos gerais no Universo: a matéria e o espírito - e acima de tudo Deus, o Criador, o Pai de todas as coisas. Esses três elementos constituem o princípio de tudo que existe, a trindade universal.

Mas ao elemento material é preciso ajuntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, muito grosseira para que o espírito possa exercer alguma ação sobre ela. Embora, sob certo ponto de vista, se possa classificar esse fluido como elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se fosse realmente matéria, não haveria razão para que o espírito também não o fosse. Está colocado entre o espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria e suscetível, por suas combinações com esta e sob a ação do espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que não conhecemos senão uma ínfima parte.

Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e jamais adquiriria as propriedades que a gravidade lhe dá. Esse fluido é suscetível de inúmeras combinações. O que chamamos fluido elétrico, fluido magnético, são modificações do fluido universal, que não é, propriamente falando, senão matéria mais perfeita, mais sutil e que se pode considerar independente. As palavras pouco importam aos Espíritos, de forma que é irrelevante designar esses dois elementos gerais pelas expressões matéria inerte e matéria inteligente, a fim de suscitar menos confusões, já que o espírito é alguma coisa.

Cabe unicamente a nós, os homens, formular nossa linguagem de maneira a nos entendermos. Nossas controvérsias provêm, quase sempre, de não nos entendermos sobre as palavras, visto que nossa linguagem é incompleta para exprimir as coisas que não ferem nossos sentidos. 

3 - Propriedades da matéria

A ponderabilidade é um atributo da matéria conforme entendemos, mas não da matéria considerada como fluido universal. A matéria etérea e sutil que forma esse fluido é imponderável para nós, mas nem por isso deixa de ser o princípio de nossa matéria pesada. A matéria é formada de um só elemento primitivo. Os corpos que consideramos simples não são verdadeiros elementos, mas transformações da matéria primitiva. As diferentes propriedades da matéria vêm das modificações que as moléculas elementares sofrem por efeito de sua união, e em certas circunstâncias. De acordo com essa informação, os sabores, as cores, o som, as qualidades venenosas ou salutares dos corpos não passam de modificações de uma única mesma substância primitiva, que só existem pela disposição dos órgãos destinados a percebê-los.

A mesma matéria elementar é suscetível de passar por todas as modificações e de adquirir todas as propriedades e é isso que se deve entender quando se diz que tudo está em tudo. É exata a opinião dos que só admitem na matéria duas propriedades essenciais: a forma e o movimento, e que, pensam, todas as outras propriedades não passam de efeitos secundários, variando segundo a intensidade da força e a direção do movimento. Falta apenas acrescentar: e segundo a disposição das moléculas, como vemos, por exemplo, num corpo opaco que pode tornar-se transparente e vive-versa. As moléculas têm certamente uma forma, mas não as podemos apreciar. Essa forma é constante para as moléculas elementares primitivas, mas variável para as secundárias, que não são mais que aglomerações das primeiras. Porque, o que chamamos molécula ainda está longe da molécula elementar.

4 - Espaço universal

O espaço universal é infinito. Supomos limites para ele: o que haveria além? Isso nos confunde a razão; no entanto, a razão nos diz que não pode ser de outro modo. O mesmo se dá com o infinito em todas as coisas. Não é em nossa pequena esfera que poderemos compreendê-lo. O vazio absoluto não existe em parte alguma no espaço universal. Nada é vazio. O que nos parece vazio está ocupado por uma matéria que escapa aos nossos sentidos e a nossos instrumentos.

Comentários

  1. Olá. O que dizer das revelações atuais que se propagam ? Das crianças que estão nascendo e com uma inteligência inesplicavel? E de alguns adultos abrindo a boca fazendo revelações futuras? Como se denomina se denomina esses acontecimentos?
    E para que tanta gente exterminando a própria espécie? Causa total no planeta? Como denomina?

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    1. Oi, obrigado pela visita. As revelações a que você alude, uma vez sendo verdadeiras, prendem-se à faculdade de premonição. Cada uma delas deve ser analisada com cuidado, para que não sejam tomadas como verdades absolutas. Estamos vivendo um momento muito delicado, quando muita gente incauta se deixa facilmente ludibriar pelos falsos profetas. Quanto às guerras, elas são também instrumentos de progresso. Não nos assustemos com tais acontecimentos, porquanto o Cristo disse que haverá guerras e rumores de guerras, mas ainda não é o fim.

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