Estudando O Livro dos Espíritos (9)

Francisco Muniz

As Leis Morais - Lei de Reprodução


1 - População do globo

Evidentemente, a reprodução dos seres vivos é uma lei da Natureza. Sem a reprodução, o mundo corporal pereceria. Ainda que a população siga sempre a progressão crescente vista, ela não se tornará jamais excessiva, porque Deus a isso provê e mantém sempre o equilíbrio. Ele nada faz de inútil. O homem, que vê apenas um ângulo do quadro da Natureza, não pode julgar da harmonia do conjunto.

2 - Sucessão e aperfeiçoamento das raças

Neste momento, há raças humanas que evidentemente estão diminuindo e chegará um tempo em que elas desaparecerão da Terra. É que outras tomam seu lugar , assim como outras raças um dia tomarão o lugar da nossa. Os homens que atualmente formam uma nova criação são os mesmos Espíritos que voltaram para se aperfeiçoar em novos corpos, mas que ainda estão longe da perfeição. Assim, a atual raça humana que, por seu crescimento, tende a invadir toda a Terra e a substituir as raças que se extinguem, terá sua fase de decréscimo e de desaparição. Será substituída por outras raças mais aperfeiçoadas, que descenderão da atual, como os homens civilizados de hoje descendem dos seres brutos e selvagens dos tempos primitivos.

Do ponto de vista puramente físico, não dá para sabermos ainda se os corpos da raça atual são de criação especial ou procedem dos corpos primitivos, através da reprodução. É que a origem das raças se perde na noite dos tempos. No entanto, como pertencem todos à grande família humana, qualquer que tenha sido o tronco primitivo de cada uma, elas puderam aliar-se entre si e produzir tipos novos. O caráter distintivo e dominante das raças primitivas, do ponto de vista físico, é o desenvolvimento da força bruta, á custa da força intelectual. Agora, dá-se o contrário: o homem faz mais pela inteligência do que pela força física e, não obstante, faz cem vezes mais, porque soube tirar proveito das forças da Natureza, o que não conseguem os animais.

Tudo se deve fazer para chegar à perfeição e o próprio homem é um instrumento de que Deus se serve para atingir seus propósitos. Por isso é que o aperfeiçoamento das raças animais e vegetais pela Ciência não deve ser contrário à lei natural. Sendo a perfeição o objetivo para o qual tende a Natureza, favorecer essa perfeição é corresponder aos desígnios de Deus. E ainda que o homem só se esforce para conseguir a melhoria das raças por interesse pessoal, visando somente seus prazeres imediatistas, o que pode diminuir seu mérito, não importa que seu merecimento seja nulo, contanto que o progresso se realize. Aliás, por meio desse trabalho ele exerce e desenvolve a inteligência e é sob esse aspecto que tira maior proveito.

3 - Obstáculos à reprodução

Tudo o que entrava a marcha da Natureza é contrário à lei geral, de forma que as leis e os costumes humanos que têm por fim ou por efeito criar obstáculos à reprodução contrariam a lei da Natureza. Entretanto, Deus concede ao homem, sobre todos os seres vivos, um poder que ele deve usar pra o bem, mas não abusar. Pode, pois, regular a reprodução de acordo com as necessidades, mas não deve entravá-la desnecessariamente. Assim, não é um ato repreensível controlar a reprodução de espécies de animais e plantas que pusessem em risco a presença do homem no planeta. A ação inteligente do homem é um contrapeso instituído por Deus para restabelecer o equilíbrio entre as forças da Natureza e é ainda isso que distingue o homem dos animais, pois ele age com conhecimento de causa.

Mas os próprios animais também concorrem para esse equilíbrio, pois o instinto de destruição que lhes foi dado faz com que, ao proverem à própria conservação, eles detenham o desenvolvimento excessivo e talvez perigoso das espécie animais e vegetais de que se alimentam. Entre os homens, os costumes que têm por fim impedir a reprodução objetivando a satisfação da sensualidade provam a predominância do corpo sobre a alma e o quanto o homem é material.

4 - Casamento e celibato

O casamento, ou seja, a união permanente de dois seres, é um progresso na marcha da Humanidade e sua abolição, no âmbito da sociedade humana, seria uma regressão à vida dos animais. Dessa forma, a indissolubilidade absoluta do casamento é uma lei humana muito contrária à lei da Natureza. Mas os homens podem modificar suas leis; só as leis da Natureza são imutáveis. Já o celibato voluntário está longe de ser um estado de perfeição meritório aos olhos de Deus e os que assim vivem, por egoísmo, desagradam a Deus e enganam a todos. Por outro lado, o celibato voluntário que algumas pessoas fazem para melhor se dedicarem ao serviço da Humanidade é bem diferente. Todo sacrifício pessoal é meritório, quando feito para o bem. Quanto maior o sacrifício, tanto maior o mérito.

5 - Poligamia

A igualdade numérica aproximada entre os sexos é um indício da proporção em que eles devem unir-se, pois tudo tem um fim na Natureza. Entre a poligamia e a monogamia, esta é a mais conforme à lei da Natureza, pois a poligamia é lei humana cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, deve fundar-se na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não há afeição real, mas apenas sensualidade.

Comentários

  1. Parabéns Chico pelo sua graciosa contribuição, nos convocando sempre ao estudo.Esse é um assunto de primeiríssima importância , as Leis de Deus, nos convidando sempre a melhor entendermos e e executa-las.Todas as Leis são importantes, mas essa de igualdade me chama mas atenção, pois de executar os o mundo se tornará bem melhor. Muita paz.

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    1. Muito obrigado pelas palavras e pela visita. Deus nos abençoe.

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