Estudando O Livro dos Espíritos - Lei de Sociedade

Francisco Muniz



Leis Morais - Lei de Sociedade

1 - Necessidade da vida social

Deus fez os homens para viver em sociedade, não lhes deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação, de modo que a vida social está inserida em a Natureza. Assim, pois, o isolamento absoluto é contrário à lei natural, razão pela qual os homens buscam instintivamente a sociedade e todos devem concorrer para o progresso ajudando-se mutuamente. Por não dispor de todas as faculdades, o homem precisa do contato com seus semelhantes, caso contrário, ele se embrutece e definha.

2 - Vida de isolamento. Voto de silêncio

É egoísta a satisfação que o homem encontra na vida de isolamento, tanto quanto a de quem se compraz na embriaguez. Não é agradável a Deus uma vida pela qual o homem se condena  não ser útil a ninguém. Desse modo, aqueles que preferem a reclusão para fugir do contato pernicioso do mundo revelam duplo egoísmo. Não é dessa maneira que alguém adquirirá mérito, impondo-se tão dolorosa privação, como se expiasse suas falta, porque a melhor expiação consiste em se fazer maior soma de bem do que de mal. Evitando um mal, agindo assim, o homem cai em outro, pois esquece a lei de amor e caridade. No entanto, aqueles que fogem do mundo para se devotarem ao amparo dos infelizes se elevam, ao se rebaixarem, e têm o duplo mérito de se colocarem acima dos prazeres materiais e fazerem o bem pelo cumprimento da lei do trabalho - e trabalhar para a sociedade, desse modo, não conceitua retiro absoluto do egoísta. Assim como a palavra, o silêncio é útil ao homem, porquanto Deus condena o abuso e não o uso dessas faculdades. Entretanto, o voto de silêncio prescrito por algumas seitas é uma tolice e os que consideram essas privações  voluntárias como atos de virtude estão bem intencionados, mas enganam-se, porque não compreendem suficientemente as leis de Deus.

3 - Laços de família

Entre os animais, que vivem vida eminentemente material e não moral, pais e filhos deixam de se reconhecer quando estes não mais precisam de cuidados.  ternura da mãe pelos filhotes tem por princípio o instinto de conservação dos seres que ela deu à luz. Quando estes podem cuidar de si mesmos, sua tarefa está cumprida e a Natureza nada mais lhe exige. Eis, então, que ela os abandona, a fim de se ocupar  com os outros que chegam. Com os homens é diferente e as comparações com os animais perdem o sentido, porque há na espécie humana algo mais, além da necessidade de progredir. Os laços sociais não necessários ao progresso e os de família tornam mais apertados os laços sociais, sendo, pois, uma lei da Natureza. Dessa forma, Deus quis que os homens aprendessem a amar-se como irmãos. Assim, o resultado do relaxamento dos laços de família, no âmbito da sociedade, seria uma recrudescência do egoísmo. 

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