Estudando O Livro dos Espíritos - Lei de Adoração

Francisco Muniz



1 - Objetivo da adoração

Pela adoração, sendo um sentimento inato como o da Divindade, o homem aproxima sua alma de Deus. Todos compreendem que acima dos homens há um ser superior, por isso jamais houve povos ateus. A adoração, portanto, é parte da lei natural, presente entre todos os povos sob formas diferentes.

2 - Adoração exterior

A verdadeira adoração sendo a do coração, importa que em todas as ações o homem se lembre de que o Senhor nos observa. Se não for um simulacro, a adoração exterior é útil pelo exemplo que pode dar, porque Deus prefere que o adorem com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal. Ele chama si todos os que seguem suas leis. A adoração coletiva tem mais força para atrair os bons Espíritos, mas o culto particular não é menos valioso, já que cada um pode adorar a Deus simplesmente pensando nele. 

3 - Vida contemplativa

Não há mérito, perante Deus, na vida contemplativa, pois os ascetas, ainda que não façam o mal, também não fazem o bem, sendo inúteis na Obra divina. Quem se consome na meditação e na contemplação nada faz de meritório aos olhos de Deus, porque sua vida é toda pessoal e inútil à Humanidade.

4 - Prece

A prece é sempre agradável a Deus quando ditada pelo coração, pois para ele a intenção é tudo. Pela prece se pode louvar, pedir e agradecer. Torna melhor o homem que ora com fervor, fortalecendo-o contra as tentações do mal, sendo assistido pelos bons Espíritos. O essencial não é orar muito, mas orar bem. As boas ações são, assim, a melhor prece, porque os atos valem mais que as palavras. Atraindo os bons Espíritos, este se associam a quem ora para fazer o bem que se deseja sem com isso mudar os desígnios de Deus.

5 - Politeísmo

Deus é único e essa concepção só chegou ao homem depois que ele desenvolveu suas ideias. O politeísmo deriva de nossa ignorância e incapacidade de conceber um ser imaterial, sem forma determinada, atuando sobre a matéria. Em seu primitivismo, o homem não compreendia ser tudo obra de um poder que considerou sobrenatural - daí acreditar em tantas potências distintas quanto os efeitos observados. Entretanto, Jesus nos diz que Deus é Espírito e deve ser adorado em espírito e verdade.

6 - Sacrifícios

Por não compreenderem que Deus é a fonte da bondade, os povos primitivos, sobre os quais a matéria prevalece sobre o espírito, e nos quais o senso moral ainda não estava desenvolvido, julgaram muito naturalmente que, aos olhos da Divindade, uma criatura animada tivesse muito mais valor que um objeto. Foi o que os levou a fazer sacrifícios, primeiro, de animais e, depois, de seres humanos. Não são, portanto, um sinal de crueldade, mas fruto de uma falsa ideia do que seria agradável a Deus (o episódio protagonizado por Abraão é exemplar), que jamais exigiu sacrifícios. Ele não pode ser honrado com a destruição de sua própria criatura. Em todos os casos, porém, Deus julga mais a intenção do que os atos e abençoa os que fazem o bem.

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