Galeria da mediunidade - 244

GIORDANO BRUNO

Giordano Bruno (1548-1600) foi um filósofo, matemático, teólogo e religioso italiano. Defendia a teoria heliocêntrica, afirmava a existência de outros mundos e ainda questionava a natureza divina de Jesus Cristo.


Giordano Bruno nasceu em 1548, na cidade de Nola, localizada na Itália. Era filho único dos nobres Giovanni Bruno e Fraulissa Savolino, que o batizaram como Filippo Bruno. A família considerou que tinha vocação religiosa e, por isso, foi encaminhado a um convento na cidade de Nápoles. Bruno tinha 13 anos e passou a estudar Humanidades, Lógica e Dialética. Aos 17 anos, mudou o nome para Giordano por ocasião da celebração onde recebeu o hábito dominicano. Foi ordenado sacerdote em 1572, e terminou em 1575 os estudos em teologia. Por manifestar ideias diferentes do senso comum, foi acusado de heresia e forçado a deixar Nápoles em 1576. No mesmo ano, Giordano Bruno deixa a batina e em Genebra se aproxima do Calvinismo. Nesta cidade se envolveria em polêmicas, acusado de heresia e expulso.

A partir de 1582, passa a ensinar em Paris e nesta mesma época um dos seus primeiros trabalhos foi publicado: De Umbris Idearum. A produção literária de Giordano Bruno volta-se para a teoria do heliocentrismo no período de 1583 e 1585, na Inglaterra. Suas ideias, que corroboram com as de Nicolau Copérnico (1473 - 1543), são publicadas, como De l’infinito universo e Mondi. Como o ambiente inglês não lhe era mais favorável - a embaixada da França havia sido atacada por sua causa -, Giordano Bruno se dirige a Paris e, mais tarde, tenta ensinar nas universidades alemãs. Na Alemanha, consegue ensinar a filosofia de Aristóteles por dois anos e, posteriormente, obtém um posto de professor na cidade de Helmstadt, onde seria excomungado pelos seguidores do luteranismo.

Em 1591, Bruno vai viver em Frankfurt, onde compõe poemas e aprofunda nos estudos de mnemônica, uma técnica de memorização. Convidado pelo nobre Giovanni Mocenigo, vai a Veneza para demonstrar a mnemônica. Mocenigo, impressionado com a desenvoltura de Bruno, acredita que o processo de memorização é magia e o denuncia à Santa Inquisição. Ele é preso e julgado em Veneza. Contudo, foi transferido e novamente julgado em Roma, mas a sentença final só foi anunciada sete anos mais tarde. Para alguns historiadores, Bruno caiu em uma armadilha montada pela Igreja com auxílio do nobre.

A Inquisição exigiu a retratação integral de suas teorias. Giordano Bruno defendia que o Universo era infinito e estava inacabado. Ou seja, não era a obra perfeita e concluída por Deus, como postulado pela Igreja Católica. O filósofo também colocava Jesus Cristo como um mágico dotado de grandes habilidades e não parte integrante da pessoa de Deus, juntamente com o Espírito Santo. Questionado pelos inquisidores, Giordano Bruno destacou que suas ideias eram filosóficas e não religiosas. O argumento não foi aceito. Em 1599, a Igreja Católica exige a retratação de Bruno que, se o fizesse, estaria livre da pena de morte. Ele não aceitou negar seu pensamento e, pela sentença proferida pelo Papa Clemente VIII (1592-1605) seria queimado vivo.

Durante oito dias antes da execução da sentença, vários padres tentaram, sem sucesso, convencê-lo de renegar seu pensamento. Giordano Bruno foi morto em 17 de fevereiro em 1600, em Roma.
Filosofia

A filosofia de Bruno reinterpreta o neoplatonismo de Nicolau de Cusa. Para ele, a realidade natural (seres materiais) e a alma cósmica (Deus, seres espirituais) são a mesma coisa. A mente de Deus estaria em todas as criaturas. O que os distinguiria seria a forma que elas apresentam. Esta união entre a natureza e Deus nos faz pensar sobre a questão da finitude do universo. Este não poderia estar pronto e terminado, porque o próprio Deus é infinito. Esta filosofia vai exatamente contra ao pregado pelo Cristianismo em geral que faz a distinção entre a matéria e o espírito. Estabelece, em particular, a ideia da pluralidade dos mundos numa época em que os estudos indicavam o universo como uma esfera em torno do sol, constituindo assim, um mundo fechado.

Giordano Bruno defende que cada uma das estrelas teria um planeta que giraria em torno dela. Assim, a Terra não estaria sozinha no universo. Igualmente, o universo estaria preenchido de alguma substância que poderia ser o ar ou o espírito que sempre estaria em movimento. Deste modo, ele rejeita categoricamente a ideia de um universo estático e hierarquizado.

(Fonte: todamateria.com.br)

(Trilha sonora: "Helena", Passo Torto, Rodrigo Campos, Kiko Dinucci, Rômulo Fróes)

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