Galeria da mediunidade - 239

Revista Reformador de fevereiro de 1983 - Homenagem ao Centenário de desencarnação de Amélie-Gabrielle Boudet -, republicado na edição de janeiro de 2003.

AMÉLIE-GABRIELLE BOUDET



Catorze anos depois do decesso de H. L. D. Rivail (Allan Kardec), retornava ao Mundo dos Espíritos, não sem antes lutar denodadamente, com significativa desenvoltura e tirocínio na orientação e administração dos interesses espirituais da Doutrina, quando da inicial consolidação do Movimento Espírita, no Planeta, Amélie-Gabrielle Boudet, a viúva Allan Kardec.

Aos 31 de março de 1869, ao desencarnar subitamente, Allan Kardec parecia ter deixado um vazio no coração dos espíritas, como se tivera - além de todos os dons e virtudes que lhe ornavam o caráter de Missionário da Terceira Revelação - igualmente a marca da insubstituibilidade na fulgurante aura de luz que o identificava.

Passados, porém, os dias de impacto que se seguiram à ruptura de um aneurisma de aorta, eis que as coisas começam a retornar à normalidade habitual, embora se registrasse uma grande ausência. Mas, principiando nova tarefa missionária - que os olhos humanos nem sempre notavam - ali, diante do patrimônio - sobretudo moral e espiritual - transmitido pelo Mestre de Lyon, para todos os seres e todos os tempos, à frente da atividade humana e terrestre do Consolador Prometido por Jesus, velava e esmerava-se a sublime figura de Amélie Boudet.

Foi ela quem tudo proveu e invariavelmente conduziu, com rara lucidez e pertinácia, na fase duríssima das hostilidades e processos, das acusações e escândalos que a Treva promove no mundo contra o apostolado do Bem. Discípulos do Codificador quais Leymarie e Crouzet, afora outros, assessoravam a admirável Madame Kardec e dela recebiam aa tranquila palavra de ordem, para os cometimentos kardequianos durante os anos de provas e testemunhos que a história registrou.

Coroando seus cabelos brancos, aos 87 anos (1795-1883) chegou-lhe no frio inverno europeu, naquele 21 de janeiro, o diadema da vitória e glória dos justos e abnegados servidores do Cristo de Deus no sopro suave de pacífica desencarnação.

Com a volta de Amélie Boudet à vida do Infinito, teve início a transferência para estas terras da Árvore do Espiritismo, como previsto por Ismael, o Legado do Senhor, no Brasil, e isso não aconteceu senão através da iniciativa de Augusto Elias da Silva, que, com poucas horas de diferença, no mesmo dia 21 distribuía a primeira edição de Reformador.

Homenageamos, em espírito e verdade, Amélie Boudet, a generosa individualidade do Cristianismo Redivivo, no Ano do Centenário de conclusão de sua grandiosa missão, suplicando para ela as mais sublimes bênçãos de Maria de Nazaré, a Mãe Santíssima.

(Trilha sonora: "Cantiga", Teca Calazans)





Comentários

  1. História linda !
    Com certeza,Amélia conseguiu a sua luminosidade, pelo empenho, em ajudar na codificaçãodo eapiritismo, amor ao companheiro , e desprendimento de seu tempo. Maravilha!

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