Galeria da mediunidade - 159

WILLIAM EGLINTON




A história do espiritismo está repleta de grandes médiuns, cada um cumprindo a missão que trouxe do alto, de acordo com o convênio firmado no plano espiritual. William Eglinton foi um deles. Veio à Terra como os demais missionários do Cristo para servir de intérprete aos espíritos, dando prova de que a vida não se extingue no túmulo: continua no seio da espiritualidade, sempre ascendendo para o alto, em cumprimento aos desígnios do Criador. 

Eglinton nasceu em 1857. Quando ainda muito jovem, revelou seu gênio imaginoso, sonhador e sensitivo. Só em 1874, com a idade, portanto, de dezessete anos, é que entrou no grupo da família, onde seu pai investigava os fenômenos espíritas. No momento em que o rapaz se ligou àquele grupo, a mesa ergueu-se com rapidez, obrigando os assistentes a se porem de pé a fim de manter as mãos sobre ela. Na sessão seguinte, Eglinton caiu em transe mediúnico, recebendo comunicação de sua mãe. A notícia espalhou-se por toda a parte, tendo ele recebido inúmeros convites para tornar-se médium profissional, o que recusou.

Em 1878, viajou para diversos países, visitando a África do Sul, a Suécia, a Dinamarca e a Alemanha. Em Leipzig, realizou sessões com o professor Zollner, cujos trabalhos foram assistidos por outras figuras de destaque no meios científicos ligados à Universidade. Em Paris, M. Tissot, famoso artista pintor, assistindo a uma sessão de materialização, com Eglinton, na qual se materializou o espírito de uma senhora reconhecida como parenta, pintou-a numa tela, que intitulou de Aparição Medianímica.
Eglinton costumava realizar as materializações à luz da lua, em estado consciente, tendo as mãos seguradas pelos presentes.

M. W. Harrison, redator do The Spiritualist, assistindo a um dos trabalhos de materialização, assim descreve: "Na noite de segunda-feira, última, dez ou doze amigos se reuniram em volta de uma grande mesa circular, com as mãos juntas, em cujas condições o médium W. Eglinton ficava seguro pelos dois lados. Não havia outras pessoas na sala além das que estavam sentadas à mesa. Um fogo, que se apagava, dava uma luz fraca, que apenas permitia se vissem as silhuetas dos objetos. O médium estava na parte da mesa mais próxima do fogo, de modo que suas costas ficavam para a luz. Uma forma, na inteira proporção de um homem, ergueu-se, lentamente, do chão até ao nível da borda da mesa; estava a cerca de trinta centímetros atrás do cotovelo direito do médium. O assistente mais próximo era o sr. Wisemann, de Orne Square, Baywater. A forma estava coberta com um pano branco, e as feições não eram visíveis. Como se achava próximo ao fogo, podia ser vista distintamente pelos que se achavam mais próximos. Foi observado por todos os que assim estavam, que o canto da mesa ou os assistentes não tapavam a vista da forma; assim, foi observada, por quatro ou cinco pessoas e isto não foi resultado de impressões subjetivas. Depois de erguer-se até o nível da mesa, mergulhou e não mais foi vista, ao que parece tendo esgotado as forças. Sr. Eglinton estava numa casa estranha e vestido a rigor. De um modo geral, foi um teste de manifestação, que não podia ser produzido por meios artificiais."

Outra face da mediunidade de Eglinton foi a da pneumatografia, ou seja, a da escrita direta. Embora tenha ele, por mais de três anos, se esforçado neste sentido, somente em 1884 é que obteve resultados positivos. As lousas usadas para a obtenção da escrita direta eram do tipo comum, que os assistentes tinham a liberdade de trazer para serem utilizadas. A ardósia era segurada pelo médium e a escrita se produzia dentro de poucos instantes, ouvindo-se, muitas vezes, o ruído do lápis que deslizava, com grande velocidade.

Eram usadas, também, duas lousas do mesmo tamanho, superpostas e amarradas, às quais se ligava um cadeado com chave, a fim de evitar possíveis truques. E as mensagens eram obtidas, graças à faculdade de Eglinton, a quem o mundo muito deve pelo seu notável trabalho de prova da sobrevivência do espírito após a morte do corpo.

(Trilha sonora: "Moody Wind, Anthony Lazaro)

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