Galeria da mediunidade - 154

CORINA NOVELINO


Nascida na cidade de Delfinópolis, Estado de Minas Gerais, no dia 12 de agosto de 1912, e desencarnada em Sacramento, naquele mesmo Estado, no dia 10 de fevereiro de 1980, era filha do casal José Gonçalves Novelino e Josefina de Melo Novelino. Na pequena cidade de Delfinópolis passou muito pouco de sua infância, pois ainda jovem ficou órfã de pai e mãe, passando a residir com um casal que lhe dispensou todo o amor e carinho. A tarefa desenvolvida por Corina Novelino, na cidade de Sacramento, foi das mais relevantes, o que fez com que se tornasse uma das figuras mais estimadas na localidade. Desde muito jovem revelou- se um Espírito caritativo, com profundos rasgos de desprendimento, disposto a dar tudo de si em favor dos seus semelhantes. 

Com apenas vinte anos de idade, foi convidada por uma denodada seareira chamada Maria Modesto Cravo para ajudá-la a administrar um Lar de Crianças, na cidade mineira de Uberaba. Indecisa sobre o convite, procurou orientação do médium Francisco Cândido Xavier, então residente em Pedro Leopoldo. Devido ao elevado número de pessoas que procurava o médium, não conseguiu entrevistar-se com ele. Porém, grande foi sua surpresa quando foi por ele chamada, recebendo de suas mãos bela mensagem assinada pelo Espírito de Eurípedes Barsanulfo, na qual, entre outras coisas, ele dizia: "Corina, você é minha última esperança em Sacramento". Diante do imperativo da mensagem, declinou do convite de Maria Modesta e decidiu-se pela permanência em Sacramento, onde fundou o Clube das Mãezinhas, composto de mães caridosas que se dispunham a fazer roupinhas para crianças necessitadas, as quais eram distribuídas semanalmente. 

No limiar do ano de 1950, deliberou fundar um Lar para crianças abandonadas. Porém, além de faltarem-lhe os meios necessários, não sabia onde nem como implantar essa instituição. A maior rifa realizada em Sacramento propiciou-lhe os meios necessários para adquirir uma casa e ali inaugurar o "Lar de Eurípedes". Aplicava o seu ordenado na manutenção do Lar. Entretanto, o número de crianças aumentava e os recursos tomavam-se, assim, cada vez mais escassos. A casa havia também se tornado pequena. Animada de decisão inquebrantável, e contando com a ajuda do Alto, decidiu- se a edificar um novo "Lar de Eurípedes". O povo de Sacramento e de regiões vizinhas cooperou no empreendimento e, dentro em pouco, surgia o novo prédio, onde foram amparadas mais de 100 crianças e onde a seareira abnegada passou a ser a "mãe Corina". 

Devido à insuficiência de recursos para a sua manutenção, pois o estabelecimento era mantido quase completamente com o salário de Corina Novelino, houve apelos e o Lar foi reconhecido como órgão de utilidade pública, passando então de internato para semi-internato. Ali as crianças passam o dia, recebendo alimentação, vestuário e educação intelectual e religiosa. 

Escritora de grandes recursos que era, Corina escreveu os livros "Escuta, meu filho", cuja renda foi revertida inteiramente à manutenção do Lar. Em 1979, escreveu a obra "Eurípedes, o homem e a missão", dando início aos atos comemorativos do centenário de nascimento daquele grande vulto do Espiritismo. Criatura infatigável, sempre disposta a cooperar, tomou parte saliente na vida socioeconômica, religiosa e cultural de Sacramento. Colaborou em todos os jornais da cidade, desde a "Tribuna", editada por Homilton Wilson, até os jornais atuais: "Estado do Triângulo" e "Jornal de Sacramento". Prestou colaboração em outros órgãos de divulgação do Espiritismo, notadamente no "Anuário Espírita", editado em Araras, e uma revista editada em Portugal. 

Foi na realidade uma vida bem vivida, repleta de rasgos de generosidade, de amor e de dedicação aos seus semelhantes. A sua desencarnação representou irreparável perda para a comunidade sacramentana, um grande vazio se fez na cidade, tão grande quanto a tristeza dos que perderam o calor, a ternura e a dedicação de uma amiga. Foram as seguintes as palavras do Presidente da Câmara Municipal de Sacramento, por ocasião do sepultamento do seu corpo físico: "Que o pavilhão de Sacramento cubra o seu ataúde numa demonstração de homenagem maior que o Poder Público presta aos seus grandes filhos. Aqui a gratidão de todo um povo que reconheceu no seu labor humilde e silencioso a "Mãe Corina" de todos. Com o auxílio de suas mãos não foram poucas as vezes que testemunhamos o seu amor, no próprio esquecimento de si mesma, chamando para si a responsabilidade dessa enorme tarefa de promoção do próximo. Foi a Mãe Corina dos pobres, dos sofredores, dos órfãos, dos loucos, dos necessitados, dos abandonados, dos miseráveis... Mãe Corina de todos nós, nosso eterno e imorredouro Muito Obrigado".

(Fonte: febnet.org)

(Trilha sonora: "Bourée", Jethro Tull)

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