"Não fujam das orientações de Irmão Jerônimo"

Cláudia Silveira (2005) -

A "mentora encarnada" do Centro Espírita Deus, Luz e Verdade fala, nesta entrevista a Cláudia Silveira, sobre o plano de crescimento da Casa, pelos trabalhos que desenvolve, e, dentre outros assuntos, revela que o estudo, a reforma íntima e o respeito às recomendações do Mentor Espiritual são importantes para o sucesso do médium trabalhador. Conheça, mais um pouco, o pensamento de Bernadete Santana.

1 - O que o Centro Espírita Deus, Luz e Verdade representa, em sua visão, para a comunidade de Salvador e o que a Sra. percebe que ainda precisamos aprender?

    - O que o "Deus, Luz e Verdade" representa para a comunidade sofrida é a gente ter mais compreensão e saber como atender a todos que batem aqui na porta, e poder orientá-los para melhor entenderem, dentro do estudo e da capacidade de entendimento de cada um. Do contrário, nada apresentaria de diferente para eles, que todo o trabalho do CEDLV, para ajudar aos sofridos que batem á nossa porta, é esclarecendo a eles e incentivando para o estudo. E o que nós precisamos aprender é a ter mais humildade, mais amor, mais carinho, como Jesus ensinou. Se eu não tiver amor, como é que vou aprender a amar a mim e ao meu semelhante, se eu não sei amar ainda?

2 - Como foi, para a Sra., administrar suas próprias dificuldades em face do desenvolvimento das habilidades mediúnicas afloradas?

    - Não foi difícil, não, pois quando eu enfrentei o trabalho, à primeira pergunta que o Irmão (Jerônimo) fez - "Está pronta para trabalhar?" - eu respondi de imediato: "Estou". Ele fez as colocações e eu apenas fui respondendo que sim. E fui unindo uma coisa com a outra e, aí, procurei conciliar o trabalho doméstico, de família, com meu trabalho espiritual, mas colocando em primeiro plano, claro, a família, dentro do esclarecimento e do tempo, pois houve uma programação correta de minha parte, com a ajuda de meu mentor, para não falhar nem com minha família nem com meus trabalhos espirituais.

3 - O que a Sra. pode dizer como estímulo àqueles que estão começando a jornada?

    - O que posso dizer é que o máximo de força, de coragem, de orientação eu passo para eles, porque, na verdade, eu preciso de todos eles que vêm chegando. Dos que já se encontram e dos que vêm chegando. E incentivando ao máximo para trabalharmos juntos, pois nossa Casa a cada dia cresce em seus trabalhos, devido aos sofrimentos daqueles que batem à nossa porta.

4 - Quais as maiores alegrias que um médium pode experimentar na condução de uma obra deste porte?

    - A reforma íntima. Esse é o principal. Sem a reforma íntima, jamais abraçaremos com amor tudo aquilo que o CEDLV passa para nós. É se entregar de corpo e alma, sem espera de recompensa, procurando mudar seu interior, na reforma íntima, como já foi falado, para que se dedique com amor e carinho, naquilo que se chama doar-se. Doar-se para o semelhante. Esse dedicar de corpo e  alma ao trabalho abençoado que está realizando, para seu próprio crescimento.

5 - O que a Sra. espera aconteça ao CDLV quando de seu retorno ao plano espiritual?

    - Espero que aconteça o melhor, pois quem vai ficar substituindo-me tem capacidade igual a mim, ou muito mais. O trabalho vai continuar - e melhor do que é hoje! Sabe por quê? Eu creio que melhor, porque nós já estamos dentro dessa programação de crescimento. Não paramos de estudar, de aprender, de entender. E este amor que nós - eu, em particular - empregamos nos médiuns é que dá a maior força para que eles continuem, e quem vai me substituir vai empregar esse mesmo amor, para que ninguém saia dos trabalhos.

6 - Começar do zero é sempre difícil. O que a Sra. não faria se tivesse de recomeçar?

    - O que eu não faria de novo eram meus erros, meus fracassos... E recomeçaria hoje, se dissesse: "Vou começar meu trabalho hoje", com mais empenho, amor e mais esclarecimento. Porque, quando comecei, eu era cega, surda e muda. Como a uma criança, o Irmão Jerônimo foi me orientando, para que eu pudesse dar passos mais longos, mais tarde, como estudante. Mas no princípio... pois todo início é assim, difícil, E dei muito trabalho a ele, como continuo dando, até hoje. Mas isso é muito importante e gratificante para mim.

7 - Que lições os trabalhadores e frequentadores do CEDLV devem tirar da luta de 55 anos para manter uma obra como esta?

    - Lutar, como tenho lutado. Obedeçam rigidamente às orientações dele (Irmão Jerônimo)! Não fujam, mas não fujam mesmo! E é por isso que estou tocando esta obra, com muito amor e carinho, com muita fibra e coragem.