Galeria da mediunidade - 116

CARLOS TORRES PASTORINO


Sabedoria é definida como o dom que nos permite discernir qual o melhor caminho a seguir, a melhor atitude a adotar nos diferentes contextos que a vida nos apresenta. Se a sabedoria é um dom, significa que é inato. Se é inato significa que já o possuímos, que nasce conosco. Então, não seria necessário aprendermos, mas o que se percebe é que a sabedoria é uma conquista assim como as virtudes. A sabedoria é essencial nas nossas escolhas porque é ela que nos ajudará a seguir direções em nossas vidas. Sempre que fazemos escolhas geramos, naturalmente, consequências e é aí que saberemos se fizemos escolhas com sabedoria ou não. Essa virtude é tão intensa, tão forte que basta um pequeno instante, um pequeno flash de sabedoria para mudar totalmente a rota de nossas vidas.

Autor do livro Minutos de Sabedoria, Carlos Torres Pastorino acreditava muito na necessidade de aprimorarmos nossos conhecimentos ético-morais e para isso seria muito importante se adquirir sabedoria. Sua grande aspiração, infelizmente não realizada, era criar uma Universidade Livre para ensinar sabedoria. Em 1973, ganhou um terreno, em Brasília, do Dr. Miguel Luzz. Iniciou as obras e chegou a montar e colocar para funcionar uma biblioteca com mais de oito mil volumes, mas morreu antes de concluir o projeto.

Em Minutos de Sabedoria, escreveu: "Tenha fé em si mesmo, porque Deus habita dentro de você. Portanto, ter fé em si é ter fé em Deus. Tenha confiança em suas capacidades, e caminhe sem temer os obstáculos. Você pode vencer! Você vai vencer! Corresponda à confiança que Deus depositou em você, quando lhe entregou as capacidades de que dispõe, para que você as desenvolvesse e pusesse em prática." Basta essa leitura para entendermos que Deus não está fora e sim dentro de cada um de nós. Ao confiarmos em Deus ou em nós mesmos tudo resultará em benefício próprio porque Ele esta em nós e nós nEle.

Carlos Juliano Torres Pastorino nasceu no Rio de Janeiro em 1910. Desde pequeno apresentou vocação para a vida religiosa. Foi para Roma estudar para ser padre e em 1929 foi diplomado pelo Cardeal Basilio Pompili, para a Ordem Menor de Tonsura. Formou-se em Filosofia e Teologia em 1932, sendo ordenado sacerdote em 1934 e abandonou essa vida religiosa em 1937. Voltando ao Brasil, trabalhou como professor de latim e grego no Instituto Ítalo-Brasileiro. Pastorino foi um homem culto, de inteligência rara, professor de psicologia, lógica, história da filosofia do Ensino Secundário e de espanhol.

Foi correspondente dos Diários Associados, adido cultural e jornalístico da Academia Brasileira de Belas Artes, pertenceu à Associação Brasileira de Imprensa (ABI), divulgou o Esperanto. Foi teatrólogo, radialista, historiador, filólogo, filósofo, poliglota, poeta e compositor. Falava fluentemente vários idiomas, traduziu obras de autores ingleses, franceses, espanhóis, italianos, clássicos latinos e gregos.

Em 1950, emprestou de um colega O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, e o leu em dois dias. Ao terminar, declarou-se espírita. Passou a frequentar o Centro Espírita Júlio César, no Grajaú, na cidade do Rio de Janeiro e, em janeiro de 1951, ajudou a fundar o Grupo Espírita Boa Vontade, que depois mudou para Grupo de Estudos Spiritus. Desse grupo nasceram o Lar Fabiano de Cristo e o Boletim Serviço Espírita de Informação (SEI). Fundou a CAPEMI, a Livraria e Editora Sabedoria e a revista de mesmo nome. Foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas (ABRAJEE).

Muito atuante na divulgação do Espiritismo, realizou palestras no Rio de Janeiro e em outros Estados. Participou ativamente de Congressos, Semanas Espíritas, Simpósios, Cursos e tantos outros eventos. Entre seus mais de cinquenta livros publicados, damos destaque à obra Sabedoria do Evangelho, em oito volumes, e Técnicas de Mediunidade. Minutos de sabedoria, uma coleção de suas mensagens, propalada na Rádio Nacional, lançado em 1966, tornou-se um best-seller, tendo vendido mais de dez milhões de exemplares. Compôs ainda 31 peças musicais para piano, orquestra e quarteto de cordas e polifonia a três e quatro vozes.

Professor Pastorino, como era conhecido, desencarnou em Brasília (DF), em 13 de junho de 1980. Mostrando que a morte não existe, ele ressurge através da luminosa mediunidade de Divaldo Pereira Franco, psicografando o livro Impermanência e Imortalidade. No prefácio, ele nos envia o recado de que numa experiência de impermanências objetivando o encontro com a Permanência, é compreensível que os obstáculos surjam e multipliquem-se numa contínua conspiração contra a meta estabelecida – a consciência da própria imortalidade. "Investir os valores da inteligência e do sentimento na conquista de si mesmo, trabalhando as anfractuosidades do caráter, que impedem a harmonia do conjunto moral-espiritual e os desafios da evolução, deve ser a decisão de todo aquele que desperta para o compromisso com a felicidade que anela conseguir".






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