Galeria da mediunidade - 103

Francisco Muniz - 

Charwe é a que está mais à frente.

CHARWE

Questionado por uma leitora deste blog sobre o porquê de não incluir nesta galeria relatos acerca de médiuns do continente africano, fui à cata desses informes e descobri, no site da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, esta notícia (logo abaixo) sobre "Nehanda" Charwe, que deixo à apreciação.

Charwe foi uma sacerdotisa, médium e líder na resistência à conquista colonial britânica no sul da Rodésia, na atual República do Zimbábue. Por vezes referenciada com o nome de Nehanda Charwe Nyakasikana, porém Nehanda é o nome do espírito ancestral o qual ela incorporava. Nasceu por volta de 1862 no vale de Mazowe, na região de Maxonalândia, isto é, a área cultural dos povos falantes da língua xona.

Pertencia à dinastia dos Hwata (dzinza; rudzi), uma das várias dinastias formadas na passagem dos séculos XVIII-XIX em decorrência da dissolução da unidade dos reinos xonas. Tornou-se a médium de Nehanda no Distrito Mazowe por volta de 1880, e foi uma das únicas mulheres que canalizaram para si o espírito feminino Nyamita, presente nas tradições desde a época do Monomotapa (séculos XIV-XVII) e que se acreditava ser um espírito da chuva, da terra e da produtividade da agricultura.

Na segunda metade da década de 1890, diante da truculência dos colonialistas que, sob a bandeira da Companhia Britânica da África do Sul – BSAC, invadiram o território dos xonas confiscando terras e rebanhos, Charwe liderou o povo Ndebele. Teve participação ativa na organização e coordenação da guerra em Mazowe contra as forças lideradas pelo coronel Edwin A. H. Alderson, e mediou as negociações entre seu povo e a patrulha em Fort Alderson (1896). Ela foi uma das últimas líderes capturadas, e a única mulher presa e acusada de traição por ter supostamente matado um comissionário nativo do distrito de Mazowe, pelo que, depois de aprisionada, foi julgada, sentenciada e executada.

Sua história permanece sendo cheia de enigmas e rodeada de lendas, permanecendo viva na memória popular e inspirado na posteridade lideranças nacionalistas e artistas africanos engajados.

(fonte: https://www.ufrgs.br/africanas/charwe-1862-1898/)

Comentários

  1. Bom dia. Relato muito significante na história

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    1. Inquieta-nos saber que, como esse, há muitos outros casos desconhecidos da grande maioria de nós.

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