Galeria da mediunidade - 95

Francisco Muniz - 

FERNANDO MASCARENHAS    

Um dia, enfrentando graves problemas de saúde que quase o deixaram cego, o então empresário Fernando Mascarenhas bateu à porta da Casa de Oração Bezerra de Menezes para ser tratado. Lá, foi muito bem atendido, embora tivesse sido o último a receber a atenção da equipe espiritual do Irmão Velhinho, mesmo tendo sido o primeiro a chegar, junto com  sua esposa, Maria Luiza. Foi o começo de uma grande modificação para ambos, que passaram da condição de assistidos para a de trabalhadores. Nascido na cidade de Cachoeira, em novembro de 1938, Fernando, uma vez estabelecido em Salvador, tornou-se um empresário bem-sucedido do ramo publicitário que as mudanças no mercado fizeram perder tudo. No entanto, sua fé alicerçada nos princípios da Doutrina Espírita o fizeram aceitar os revezes da vida como uma prova da qual deveria se desincumbir com coragem e resignação. 

Hoje, mais de 40 anos depois, esse trabalhador incansável que só as condições de saúde conseguem diminuir o ímpeto já percorreu os diversos setores de serviço oferecidos pela Cobem e ele diz, brincando, que apenas lhe faltou, no "currículo espírita", o cargo de presidente da Instituição. Isso teria sido possível caso no dia em que ele seria eleito não tivesse faltado quorum para a eleição. Atualmente, Fernando cumpre repouso em casa, recuperando-se de um cirurgia cardíaca e não pode, provisoriamente, voltar a desempenhar as tarefas que lhe cabiam na Casa de Oração. Até então, ele atuava na Coordenação do Atendimento Espiritual à Distância, além de integrar o corpo de médiuns da Reunião Mediúnica realizada aos sábados e participar da equipe de implantação do Culto do Evangelho no Lar nos domicílios solicitantes.

Entrevistado em 2015 para o primeiro e único número do Jornal da Cobem, sobre qual seria sua maior alegria, Fernando não titubeou e respondeu com a convicção de ser, hoje, um "espírito redivivo" graças ao Espiritismo e ao Evangelho de Jesus: "Minha alegria é ser espírita e participar desse clima fraterno da Casa de Oração, porque é minha realização pessoal, minha vida, na qual incluo família e trabalho, que não precisei abandonar para assumir esta minha condição".