Galeria da mediunidade - 81

Francisco Muniz - 



NEWTON BOECHAT

Capixaba, Newton Lemgruber Boechat nasceu em Apiacá (ES) em de julho de 1928 e desencarnou em agosto de 1990 no Rio de Janeiro, tendo sido principalmente um orador e escritor espírita. Após seus primeiros estudos, aos 17 anos foi para Belo Horizonte, onde se graduou em Línguas Neolatinas. Através de concurso público foi admitido no antigo IAPETEC, hoje incorporado ao INSS, em Belo Horizonte. Por volta de 1956 solicitou e obteve sua transferência para o Rio de Janeiro, sendo lotado no setor de Benefícios, onde veio a aposentar-se. À época trabalhava ainda como tradutor juramentado, nomeadamente da língua francesa, da qual era profundo conhecedor. Cresceu em ambiente espírita, de vez que seu avô paterno, Júlio Augusto Boechat, era reputado médium curador em Itaperuna, e dirigente de notáveis reuniões mediúnicas, onde se registravam comunicações psicofônicas e doutrinação de espíritos.

Estudante em Belo Horizonte, manteve amizade com membros atuantes do movimento espírita local, como César Burnier Pessoa de Mello, Rubens Romanelli, Camillo Chaves, entre outros. Nessa fase iniciou visitas a Pedro Leopoldo, onde conheceu o médium Francisco Cândido Xavier, tendo iniciado a sua carreira como palestrante nas reuniões públicas do Centro Espírita Luiz Gonzaga, enquanto Chico Xavier recebia mensagens psicográficas. Nessa época, alternava suas palestras com o também orador e pesquisador espírita Henrique Rodrigues, ficando ambos conhecidos como os "Cosme e Damião do Espiritismo". Ainda enquanto estudante em Belo Horizonte, em parceria com Gustavo Pancrácio, fundou o periódico "A Luz do Mundo", que chegou a conhecer sete números. Numa das edições do jornal, publicou entrevista com o famoso espiritualista italiano Pietro Ubaldi, quando este visitou Minas Gerais e conheceu Chico Xavier.

Após a sua mudança para o Rio de Janeiro, então ainda capital do país, intensificou as suas atividades espíritas, proferindo palestras e conferências em todo o Brasil e participando de inúmeras reuniões de estudo, públicas e privadas. No exterior, fez palestras no Paraguai, Uruguai, Argentina, Portugal, Espanha, Itália e França. Possuídor de uma memória privilegiada, destacava-se por citar capítulos inteiros das Sagradas Escrituras e trechos de obras reportadas. Entre as suas palestras mais famosas, destacam-se "Prisões sem Grades", "A Manifestação do Ser na Arte, na Dor e no Amor", "Aspectos da Crucificação de Jesus", "Além da Fronteira de Cinzas", "O Apóstolo Paulo perante Festo e Agripa", "Rumo à Unidade do Espírito", "Quatro Faixas de Consciência", "Chico Xavier, 50 Anos-Luz de Mediunidade…", "O Auto-de-fé de Barcelona".

Como escritor, além de artigos publicados em periódicos como Reformador (órgão da Federação Espírita Brasileira), Obreiros do Bem (da Associação Espírita Obreiros do Bem), o Jornal Espírita e a Folha Espírita (ambos de São Paulo), e outros, as obras: Ide e Pregai (FEB, 1971); O Espinho da Insatisfação (FEB, 1980); O Apóstolo Paulo perante Festo e Agripa (Centro Espírita Léon Denis, 1974); Do Átomo ao Arcanjo (Centro Espírita Casa de Caridade Aureliano, 1984); Na Madureza dos Tempos (1987) e Aquém e Além da Fronteira de Cinzas (1990), estes três de parceria com Gilberto Perez Cardoso. É autor do prefácio do livro Deus é o Absurdo, de Luciano dos Anjos (Editora Eco, 1978).


Comentários

  1. joselitamagalhaes18@gmail.com10 de fevereiro de 2023 às 07:41

    Deu vontade de assistir essas palestras , principalmente A prisoes sem grades.

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    1. Pelo pouco que já compreendo da Doutrina Espírita, essas prisões sem grades são nosso corpo, nossas relações interpessoais (estamos de certo modo presos uns aos outros) e o próprio planeta.

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