Galeria da mediunidade - 74

Francisco Muniz - 

OTÍLIA DIOGO

Médium mineira de efeitos físicos, Otília Diogo adquiriu fama em Uberaba entre meados dos anos 1950 até 1964, período em que protagonizou sessões de materialização de Espíritos nas quais contou com a observação de Francisco (Chico) Cândido Xavier e Waldo Vieira, até então parceiros de atividade mediúnica. No entanto, tais episódios resultaram em escândalo quando a revista O Cruzeiro passou a registrar esses fenômenos, acusando fraude nos processos de materialização. O caso ganhou enorme repercussão nacional com relativo prejuízo para a credibilidade do Espiritismo e da idoneidade de Chico Xavier, o que teria motivado, em parte, o afastamento de Waldo. Para preservar seu pupilo, o mentor de Chico, Emmanuel, aconselhou-o a abandonar de vez a assistência a tais sessões, afirmando que o tempo do convencimento através dos fenômenos havia passado. Doravante, o trabalho do mais conceituado médium brasileiro a serviço da Doutrina Espírita deveria se concentrar na produção psicográfica dos livros que os Espíritos lhe ditariam. Quanto a Otília, uma mulher analfabeta, o escândalo advindo das reportagens de O Cruzeiro, que a acusavam de fraudar a materialização principalmente do Espírito identificado como "Irmã Josefa", caiu em descrédito e seu nome passou ao ostracismo.