Galeria da mediunidade - 71

Francisco Muniz - 


MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA

Manoel Philomeno Baptista de Miranda, nasceu em novembro de 1876 e desencarnou em julho de 1942, tendo sido um destacado colaborador espírita baiano, chegando a presidir a União Espírita Bahiana, atual Federação Espírita do Estado da Bahia. A partir da década de 1970, seu nome foi adotado em psicografias, através da mediunidade de Divaldo Franco. Miranda, como era conhecido, nasceu na localidade chamada Jangada, antiga fazenda do Município do Conde, litoral norte da Bahia, hoje aprazível reduto turístico conhecido como Barra da Siribinha, local do encontro no Rio Itapicuru com o mar. Era filho de Manoel Baptista de Miranda e Umbelina Maria da Conceição. Diplomou-se pela Escola Comercial da Bahia, hoje Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia, colando grau na turma de 1910, como Bacharel em Comércio e Fazenda, formação que contemplava as áreas de Administração e Contabilidade. Exerceu sua profissão com muita probidade, sendo um exemplo de operosidade no campo profissional. Ajudava sempre aqueles que o procuravam, pudessem ou não retribuir os seus serviços.

Tomou conhecimento da Doutrina Espírita em 1914, quando, debilitado por uma enfermidade pertinaz de origem obsessiva, e tendo recorrido a diversos médicos, sem qualquer resultado positivo, foi curado pelo médium Saturnino Favila, na cidade de Alagoinhas, com passes e água fluidificada, complementando a cura com alguns remédios da Flora Medicinal. Por essa época conheceu José Petitinga, estabelecendo relações com ele, ao mesmo tempo em que começava a frequentar as sessões da União Espírita Baiana, que havia sido recentemente fundada, em 1915.

Presidia também as reuniões mediúnicas e os trabalhos do Grupo Fraternidade, que fundou no térreo da sua residência em Salvador, na rua Direta de Santo Antonio,170 (antigo 45), onde atendia os desvalidos distribuindo gêneros alimentícios e a palavra de consolação, sempre muito empenhado em tratar as obsessões. A partir de 1921 passou a integrar a Diretoria da UEB. Sucedeu a José Petitinga na Presidência da União Espírita Baiana, em 1939, função que exerceu até desencarnar. Miranda foi um baluarte do Espiritismo. Onde estivesse, aí estaria a doutrina e sua propaganda exercida com proficiência de um abnegado. Delicado no trato, mas heróico na luta, dedicou-se com muito carinho às reuniões mediúnicas, especialmente, às de desobsessão. Achava imprescindível que as instituições espíritas se preparassem convenientemente para o intercâmbio espiritual.

Em defesa da Doutrina, publicou diversas obras sob pseudônimo, entre as quais: Resenha do Espiritismo na Bahia; Excertos que justificam o Espiritismo; e Porque sou Espírita (opúsculo em resposta ao então Padre Huberto Rohden).

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