Galeria da mediunidade - 66

Francisco Muniz - 




LÉON DENIS

Considerado um dos mais importantes divulgadores da Doutrina Espírita, através de livros, palestras, artigos em jornais, o escritor francês Léon Denis levou as ideias de Allan Kardec para fora dos círculos intelectuais, entrando em conflito com religiosos, socialistas, políticos e estudiosos de seu tempo. Nascido em janeiro de 1845, numa família pobre e católica, mas de vida exemplar, conheceu dificuldades materiais, o trabalho árduo desde a infância e também coisas belas, como os adorados bosques, rios, lagos e montanhas onde compreendia Deus através da Natureza. Aos 18 anos conheceu pessoalmente o Codificador do Espiritismo, em sua cidade natal, Tours, numa palestra em noite de luar num jardim público, cujo tema era a obsessão. Assimilou tão bem esses ensinamentos que se entregou ao estudo e à divulgação da Doutrina dos Espíritos por toda sua vida, nela haurindo forças para enfrentar a lutas da caminhada, como a guerra, críticas, perda de entes queridos, sempre se mantendo firme amparado na fé em Deus e apoiado por seu anjo protetor, Jerônimo de Praga, que o animava com o lema "Sempre para o mais alto!".

Por força de sua profissão, desde os 18 anos viajava muito como representante comercial, aproveitando para observar tudo sobre a vida, as pessoas e as coisas. Essa experiência o ajudaria muito na elaboração de seus livros. Denis amava a música e o teatro e sempre que possível assistia à ópera e concertos musicais. As vitrines das livrarias o atraíam sobremaneira e foi numa delas que encontrou O Livro dos Espíritos. Comprou um exemplar, levou-o para casa e entregou-se à leitura, relatando depois a impressão obtida com o livro de Kardec: "Nele encontrei a solução completa e lógica acerca do problema universal". Sua alma sentiu-se desperta para os compromissos assumidos no Além e começou sua tarefa de divulgação das verdades codificadas pelo sábio de Lyon. Segundo seus biógrafos, Denis participou ativamente, junto com a Sra. Amélie Gabrielle Boudet, viúva de Kardec, da organização de Obras Póstumas.

Egresso da Maçonaria, que foi abandonando à media que aumentava seu interesse pela investigação dos fenômenos mediúnicos, publicou em 1885 seu primeiro livro espírita, O porquê da vida. Quando se iniciaram as primeiras assembleias mundiais em torno do Espiritismo, Denis já se distinguia como escritor e palestrante, ajudando a fortalecer e unificar o movimento, tornando-se seu líder. Em 1905 concluiu sua obra mais conhecida, O problema do ser, do destino e da dor. Após a morte de sua mãe, como ele não tivesse constituído família, foi necessário contratar uma auxiliar para cuidar de sua casa. Mesmo com a saúde debilitada e quase cego, continuou a trabalhar. Em 1927 escreveu sua última obra - O gênio céltico e o mundo invisível -, um estudo sobre a civilização celta que produziu a França atual. Em 22 de março daquele ano, numa terça-feira, às 13 horas, com o0 corpo cansado e e combalido por uma pneumonia, embora ainda lúcido e calmo, falou à sua auxiliar, Georgette: "É preciso termianr, resumir e... concluir", aludindo ao prefácio da Edição Biográfica de Allan Kardec. No dia 12 do mês seguinte, aos 81 anos, Denis, o grande apóstolo espírita, embarca na viagem de regresso à Pátria Espiritual...

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