Galeria da mediunidade - 64

Francisco Muniz - 


ABEL MENDONÇA

Fundador do Centro Espírita Casa de Emmanuel, localizado no Barbalho, Abel Mendonça era pernambucano de nascimento e, jornalista, radicou-se na Bahia quando veio trabalhar no jornal O Imparcial. Trabalhador incansável do Espiritismo, sóbrio e de grande força de vontade, militou no Movimento Espírita sempre com real dedicação. Inteligente, de apreciável cultura, defendia a pureza doutrinária, e o estudo do pentateuco de Allan Kardec, tendo sido o incentivador do médium Divaldo Franco no labor abnegado da psicografia. Sua história é ponteada por episódios de perdas: muito cedo ficou órfão dos pais, indo viver com seu irmão Otaviano em Porto Alegre. Este irmão, contudo, foi uma das vítimas da pandemia de gripe espanhola e Abel, vendo-se sozinho em terra estranha, rumou para o Rio de Janeiro, onde mais tarde trabalhou na matriz do jornal O Imparcial. Por conta de sua saúde frágil, contraiu uma pneumonia que o levou ao hospital onde se fez amigo de um jovem cuja mãe era espírita e falou a Abel sobre O Livro dos Espíritos. De família protestante, Abel nada entendeu dessa conversa. Seu companheiro de quarto, porém, desencarnou. Retornando ao hospital para apanhar os pertences do filho, a mãe do rapaz falou a Abel que, numa reunião mediúnica, um Espírito amigo havia se comunicado dizendo-se seu irmão. entregou para ele um papel onde estava escrito: “Abel, preciso conversar com você” - (Ass.) Otaviano”. Ele ficou espantado, pois nem para o companheiro que desencarnara, falou sobre o irmão. 

Recuperado Abel, após informar-se melhor com sua amiga espírita, passa a frequentar um Centro. Nessa época, aceitando o convite da sucursal baiana, ele se transfere para Salvador e em pouco tempo muda de emprego, tornando-se funcionário do Diário da Bahia. Participando do Movimento Espírita, ainda sem uma casa definida, comparecia à União Espírita Baiana e a instituições nos subúrbios mais longínquos, observando e aprendendo. Anos depois, em 10 de agosto de 1954, Abel Mendonça fundou a Instituição Espírita “Casa de Emmanuel”, da qual foi presidente, contando com uma plêiade de grandes trabalhadores, a exemplo de Rachel Nunes Ribeiro (com ele na foto). Expositor de grande influência, percorreu toda a Bahia na tarefa doutrinária de divulgação do Espiritismo. Fundou o jornal Convicção, em 1966, como órgão doutrinário da “Casa de Emmanuel”, distribuindo-o para todo o Brasil e para o estrangeiro. Como jornalista e profissional no assunto, foi impecável na redação, admirado pelos articulistas e o público leitor da época, como Carlos Imbassahy, Leopoldo Machado e Deolindo Amorim, a trindade baiana que marcou presença e grande popularidade no Espiritismo. Manteve ainda contato com famosos espíritas de outras nações, como Natálio Ceccarini, Humberto Mariotti e Luiz Di Cristoforo Postiglioni, da Argentina.







Comentários

  1. joselitamagalhaes@gmail.com25 de janeiro de 2023 às 01:10

    Aprecio muito esses recados do além. Otaviano foi o responsável por essa vida tornar-se um grande presente para todos.

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    1. É comum alguém levar um necessitado ao Centro Espírita para se tratar e ficar para aprender e trabalhar, ao passo que o necessitado, melhorando, vai cuidar de sua vida como quer, longe dali... Conheço alguns casos assim.

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