Galeria da mediunidade - 63

Francisco Muniz - 


MARQUÊS DE MARICÁ

Em sua edição do mês de setembro de 1944 a revista Reformador, órgão informativo da Federação Espírita Brasileira (FEB), publicava um interessante artigo dando conta da atuação do nobre José Mariano Pereira da Fonseca, o Marquês de Maricá. Assinado por "Minimus", psudônimo adotado por Zeus Wantuil de Freitas, então presidente da FEB, o artigo alardeava o pioneirismo do marquês na recepção e divulgação das ideias espíritas e relacionava alguns de seus pensamentos sobre temas que mais tarde Kardec elencaria como princípios doutrinários do Espiritismo, tais como a formação e pluralidade dos mundos, a reencarnação e, dentre outros, a existência e constituição dos Espíritos, destacando o perispírito. Eis parte do texto de Wantuil:

"Há cerca de 150 anos, um pouco antes do aparecimento de Espíritos às irmãs Fox, na América do Norte, e dez anos antes de Kardec ouvir falar em fenômenos espíritas, já existia no Brasil um escritor, dos mais notáveis, que pregava em seus livros muitos dos ensinamentos que, só mais tarde, foram transmitidos ao Codificador, através de mensagens recebidas por vários médiuns.

Isto vem confirmar que o Consolador soprava em todos os recantos da Terra, os mesmos ensinos que deveriam ficar codificados pelo missionário que surgiu no maior centro de civilização do século XIX.
Esse escritor brasileiro, desencarnado no Rio de Janeiro exatamente no ano em que surgiram os fenômenos das irmãs Fox, publicou a sua obra e a distribuiu gratuitamente. em várias e sucessivas tiragens.

Além de escritor, era poeta o nosso patrício, espírito lúcido, conceituoso e perspicaz, doutor em Filosofia e em Matemática pela Universidade de Coimbra. Foi ministro da Fazenda, senador pelo Distrito Federal, Conselheiro de Estado, membro do Instituto Brasileiro, grã-cruz da Ordem do Cruzeiro, cavaleiro da Ordem de Cristo, administrador da Imprensa Régia, membro da Junta de Comércio e membro da Constituinte do Império."

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