Galeria da mediunidade - 54

Francisco Muniz - 



MÃE STELLA DE OXÓSSI

Nascida Maria Stella de Azevedo Santos em 1925, na Capital baiana, foi, até o dia 27 de dezembro de 2018, quando desencarnou, na cidade de Santo Antonio de Jesus a quinta ialorixá do terreiro de candomblé Ilê Axé Opô Afonjá. A condição de sacerdotisa ela compartilhava com várias outras atividades correlatas: foi escritora, jornalista e conferencista renomada até mesmo no Exterior, chegando a figurar entre os "imortais" da Academia de Letras da Bahia. Formada enfermeira pela Escola de Enfermagem e Saúde Pública, exerceu por mais de 30 anos a função de Visitadora Sanitária por mais de trinta anos. Em 1981, Mãe Stella visitou templos e casas de orixás em Oxobô na Nigéria. Ela cumprimentava as pessoas, era recebida por todos e, uma vez, ao entoar um canto para Oxum, à sua voz incorporaram-se outras. Houve total entendimento e todos se emocionaram. O mesmo se deu nas cidades de Ilê-Ifé e Edê. Apesar das barreiras linguísticas, fez amigos e foi homenageada. Em 1983 o professor Wande Abimbola, à época reitor da Universidade de Ilê-Ifé, fez questão de realizar em Salvador, na Bahia, a II Conferência da Tradição dos Orixá e Cultura, porque sabia haver em Salvador raízes profundas da cultura iorubá. Nesse evento, realizado em julho de 1983, ocorreu o primeiro pronunciamento público de Mãe Stella, quando lançou ideias originais sobre o sincretismo. Ela também participou da terceira edição desse encontro internacional, em 1986, na cidade de Nova Iorque, Estados Unidos. No ano seguinte Mãe Stella integrou a comitiva organizada por Pierre Verger para a comemoração da Semana Brasileira na República do Benin, na África. Sua presença mereceu destaque e ela foi recebida com honras de líder religiosa. Em 1999, Mãe Stella conseguiu o tombamento do Ilê Axé Opô Afonjá pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), órgão ligado ao Ministério da Cultura.

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