Galeria da mediunidade - 36

Francisco Muniz - 

OSMANDO BARBOSA CALDAS    

De acordo com Allan Kardec, a mediunidade é uma concessão divina a todos os homens, indistintamente, com a finalidade de adiantá-los no caminho do progresso espiritual. Entretanto, nem todos sabem aproveitar os preciosos recursos dessa faculdade, sendo um instrumento dócil junto aos bons Espíritos que nos querem orientar no rumo do aperfeiçoamento moral. Assim é que há médiuns responsáveis e conscientes de suas tarefas, enquanto outros relutam em seguir a trilha que resultará em sua transformação íntima, malgrado as possibilidades de realização no Bem. Este talvez seja o caso de Osmando. A mãe deste escriba conta que no Carnaval de 1958 ela e seu marido tomaram o trem em Feira de Santana para Salvador levando junto meu irmão recém-nascido Jorge, que aos três meses de idade apresentou sintomas epileptoides, contorcendo-se em crises convulsivas. A intenção desses pais aflitos era apresentar o menino ao cunhado Osmando, então residente na aprazível localidade de Periperi, estância de veraneio dos soteropolitanos àquela época. Osmando era ogã (*) num terreiro de candomblé, mas não apenas orixás se apresentavam através de sua mediunidade. Nesse dia, a Entidade espiritual identificada como Raulino, que devia ter alguns conhecimentos de medicina, passou a cuidar do bebê Jorge durante todo o período em que o casal permaneceu ali. Mainha não sabe o que Raulino fazia com o garoto, apenas que Osmando, mediunizado, saía pela manhã com Jorge no colo e desparecia em Periperi. No último dia, porém, Jorge já era outro e Raulino perguntou como ele estava, recebendo a informação auspiciosa. E ele declarou, pela voz de Osmando: "Então está bom!" Com o tempo, Osmando, a quem os vícios dominavam - como a muitos de nós! -, abriu mão de tudo e tornou-se católico, assim vindo a desencarnar...

(*) Ogã (do iorubá -ga: "pessoa superior", "chefe", "com influência"; do jeje ogã: "chefe", dirigente") é o nome genérico para diversas funções masculinas nas religiões de matriz africana.

Comentários

  1. Conhecimento e orientação valiosos! Gratidão Primo.

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  2. Tem veracidade esta narrativa

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  3. Alguns pontos precisam de revisão. :(

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    1. Oi, Nidinha. Relatei apenas o de que me lembrava, com base nos relatos de Mainha. Ajude-me. Terei o máximo prazer em fazer a corrigenda. Grande abraço.

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