Galeria da mediunidade - 24

Francisco Muniz - 

MARIA DOLORES

Chico Xavier dizia que "na Casa Espírita vivemos o Espiritismo prático, fora dela devemos vivenciar a prática do Espiritismo". Isso significa que além de intercambiar com os Espíritos é preciso atender às necessidades de nossos irmãos encarnados, tarefa a que a professora, jornalista e poetisa Maria Dolores se propôs integralmente em Salvador. Nascida Maria de Carvalho Leite na cidade sertaneja de Bonfim de Feira (BA), no dia 10 de setembro de 1900, Maria Dolores teve uma vida sofrida que somente a poesia e a dedicação aos pobres, em nome daquele Jesus que sacrificara-se pela Humanidade e preenchia seu coração feminil, atenuaria. Alguns de seus poemas foram reunidos no livro “Ciranda da Vida”, sendo reconhecida na Capital do estado por sua arte, passando a escrever nos jornais “Diário de Notícias” e “O Imparcial”. Neste último, ocupou o cargo de redatora-chefe da “Página Feminina”. Durante 13 anos, escrevera nos jornais citados, mostrando um mundo de ternura que trazia dentro de si, adaptando o pseudônimo de “Maria Dolores”. Na imprensa, falava dos direitos humanos e do sofrimento dos menos felizes. Não foi compreendida: tacharam-na de “comunista”, tendo de responder sobre as acusações que lhe faziam, pois fora intimada. Em menina, fora católica; em adulta, suas provações a fizeram conhecer a Doutrina de Allan Kardec, advindo a consolação, a aceitação do sofrimento. Trazia em si um grande sentido maternal e, como não lhe foi dado o direito da maternidade, adotou seis meninas. No dia 27 de agosto de 1959 ela partia de volta à Pátria Espiritual, de lá enviando seus versos à Terra, em mensagens consoladoras através da psicografia de Francisco (Chico) Cândido Xavier e Divaldo Franco.