Galeria da mediunidade - 16

Francisco Muniz -

Burnier, à esquerda, foi amigo de Chico Xavier.

CÉSAR BURNIER

Nascido César Gouvêa Pessoa de Mello, na cidade de Barbacena (MG), em dezembro de 1900, Burnier (segundo nome de seu pai) foi sobretudo um professor de engenharia que se aproximou do Espiritismo buscando explicação para a morte prematura de seu primogênito, Cesinha. Através do contato com o médium Francisco (Chico) Cândido Xavier, não somente consolou-se dessa "perda" como descobriu-se também médium, detentor da faculdade que Allan Kardec batizou de "mediunidade histórica" (ver O Livro dos Médiuns). Ou seja, César conseguia ter acesso a fatos do passado envolvendo tanto a si mesmo quanto a outras pessoas, a exemplo do próprio Chico. O livro Um Amor Muitas Vidas (ed. Lachâtre), do pesquisador e escritor espírita Jorge Damas Martins, conta parte a história de César Burnier, que viveu no Rio de Janeiro até sua desencarnação, em 1989, tornando sua casa um ponto de encontro das personalidades mais destacadas do movimento espírita carioca e brasileiro. Ele foi um dos muitos Espíritos oriundos da Revolução Francesa de 1789 que reencarnaram no Brasil a fim de resgatarem os excessos cometidos naquele período turbulento da História. Assim como as pesquisas de Hermínio Miranda com o jornalista espírita Luciano dos Anjos lograram descobrir que este fora Camille Desmoulins, uma das cabeças pensantes daquela Revolução, através de Chico Xavier Burnier obteve a revelação de ter sido Danton, o revolucionário que instaurou o Terror e foi responsável por muitas mortes na guilhotina.