Francisco Muniz -
A Criação divina reúne tudo que seja expressão da beleza, do
bem e da verdade, e em tudo há uma ordem resultante da aplicação de leis tão
sábias quanto perfeitas, daí serem eternas e imutáveis como o próprio Deus.
Nesse conjunto, desde o verme que rasteja no solo pedregoso até o movimento dos
astros em suas órbitas, passando pelo desabrochar de uma flor e pelo voo dos
pássaros, em tudo é notável a harmonia que o Criador imprimiu em suas obras. É
no Homem, o exemplo máxime da perfeição divina, contudo, que essa harmonia se
revela com mais precisão, a partir da observação do corpo físico, que é, no
microcosmo, a perfeita reprodução do macrocosmo, igualmente funcionando através
de leis específicas que regulam a ação de seus diversos órgãos e sistemas, atestando
a sabedoria do autor de tudo quanto existe.
Contraditoriamente, é o Homem o único ser capaz de perturbar
essa harmonia, agindo com tal insensatez que, desprezando o convite para ser
cocriador junto a Deus (vide a Parábola do Festim das Bodas em Mateus 22:1-14),
conspurca os valores que o Pai lhe confiou. Essa parábola contada por Jesus, a
propósito, permite várias interpretações e, no tocante ao tema que ora
exploramos, vemos que, para participarmos efetivamente do banquete da harmonia
geral, precisamos estar harmonizados em nós mesmos. Para tanto, é
imprescindível trocar de “roupa”, escolhendo uma mais condizente com os objetivos
da tarefa proposta pelo Criador, o Pai do Noivo cujo enlace matrimonial se
celebra sempre que renunciamos aos interesses mesquinhos em favor do bem maior.
Não fazer isso – e aqui é necessário recordar que estamos transitando das trevas da ignorância, ou da inconsciência, para a luz do conhecimento, a fim de nos fazermos sábios – é adoecer a alma, cristalizando processos enfermiços decorrentes da incompreensão do que somos e do que somos chamados a realizar em nós mesmos para merecermos o mínimo da felicidade ansiada. Torna-se, portanto, inadiável abandonarmo-nos em Deus, manifestando tanto a fé que nos sustenta as realizações de momento quanto a esperança em que tudo será cada vez melhor mediante os esforços que façamos no aperfeiçoamento da grande obra da Criação que nos importa manter em equilíbrio: nós mesmos!
O caminho ao conhecimento!
ResponderExcluirA grande luta, alguém já disse, não é entre o bem e o mal, mas entre a luz e a ignorância. Muita paz.
ExcluirMuito boa reflexão.
ResponderExcluirMuito obrigado, minha amiga. Reflitamos juntos e cresceremos.
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