O alfabeto divino - Glória

Francisco Muniz -



Tudo em Deus é grandioso e essa grandeza se exprime nos detalhes da Criação, os quais podemos apreciar na beleza da Natureza e na perfeição observada no funcionamento do corpo humano e na ordem da trajetória dos astros no espaço infinito. Tudo isso glorifica o Senhor do Universo, convidando o Homem a participar dessa grandeza, porquanto a glória de Deus não aproveita apenas a ele mesmo, que a partilha com todos os seres por ele criados, seus filhos bem-amados para os quais tudo foi e é feito. É tão verdadeiro esse pensamento que um sábio pôde, um dia, conceituar Deus através da Matemática, ao dizer que o Pai de amor e misericórdia apresentado por Jesus é o eterno número 1, enquanto nós não passamos de simples zeros que, colocados à sua direita (10) nos valorizamos exponencialmente; contudo, se colocados à esquerda (01), perdemos nosso valor, ao passo que Deus em nada se depreciará.

No entanto, é da Vontade de Deus que nós também sejamos incluídos em sua glória, isto é, que nos glorifiquemos nele, consoante a inolvidável mensagem ouvida pelos pastores na noite do advento de Jesus, na simplicidade gloriosa da manjedoura: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”. Desde então a Humanidade tem feito esforços no sentido de corresponder a semelhante alvitre, ora obtendo algum sucesso coletivo, embora de pouca duração, ora conquistando êxitos individuais, seguramente muito mais duradouros e capazes de estimular cada vez mais candidatos à glória suprema. É claro que não falamos aqui das gloríolas mundanas, embora respeitáveis, como as conquistas no campo esportivo e nas esferas da cultura que incensam o orgulho de nações inteiras.   

A glória que o Espírito é chamado a experimentar em Deus é a que resulta da conquista de si mesmo, reconhecendo a própria imortalidade e realizando as disciplinas transformadoras que o alçarão àquela união com o Pai referida por Jesus mais de dois mil anos atrás, o que pode ser conseguido desde já. Assim, nem mesmo as grandiosas realizações da Ciência, que muito contribuem para o progresso material da Humanidade, assegurando conforto e manutenção das condições de saúde e habitabilidade neste mundo, nem mesmo elas são importantes se não promovem a renovação moral das criaturas. Igualmente, as predisposições religiosas dos homens, malgrado o grande poder da fé, de nada valerão sem o necessário estímulo para a mudança de atitudes e propósitos frente à vida de relação.

Para alcançar essa glória, portanto, deve o homem despojar-se de tudo que o apequena, esvaziar-se por completo de seus saberes efêmeros, amar sua ignorância, como sugere Huberto Rohden, e então deixar-se preencher de tudo quanto a Divindade pode lhe cumular. É desse modo que ele, o Homem, viverá em paz, trazendo-a no Céu de sua intimidade e externando-a em cada manifestação no exterior de si mesmo, porquanto estará vibrando em sintonia com as frequências mais altas da Espiritualidade. E então ele poderá dizer, repetindo o Cristo Jesus, “eu e o Pai somos um”; ou, então, reafirmar em si próprio a constatação de Paulo de Tarso: “Já não sou eu que vivo, mas o Cristo é que vive em mim!”

Comentários

  1. Muito bom esse texto, nos leva à reflexão. Viver no mundo, mas não servir ao mundo. Buscar às glórias de Deus. Vivenciando o Evangelho do Mestre Jesus!

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  2. Muito obrigado por suas palavras. Oxalá saibamos aproveitar a oportunidade de amar e servir para conseguirmos avançar alguns centímetros...

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  3. Estamos crescendo um pouquinho a cada dia.Gratidao!

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    1. Isso mesmo, Jô. Nosso dever é aproveitar as lições e seguir em frente. Muita paz.

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