O alfabeto divino - Felicidade

Francisco Muniz -



Diz a Benfeitora Joanna de Ângelis, pela mediunidade do tribuno baiano Divaldo Pereira Franco, que todos nós, espíritos criados por Deus, estamos destinados à felicidade, sendo esta nossa única e real fatalidade. E claro está que ela não fala dos momentos de felicidade relativa que gozamos no plano físico da existência, porquanto por aqui, mesmo mundo onde a dor predomina sobre nossa condição humana, convivemos frequentemente com a ilusão, supondo que nela se encontrem os fatores da felicidade que tanto almejamos. No livro Eclesiastes, do Velho Testamento, é dito que a felicidade não é deste mundo, ou seja, esse estado da alma e da consciência de cada um de nós só é alcançado pelos Espíritos que se reconhecem imortais e cumprem seu desiderato no tocante à libertação das peias da matéria. Semelhantemente ao texto do Eclesiastes, o Mestre Jesus de Nazaré afirmou que seu reino, o qual compreendemos seja aquele delineado no Sermão do Monte, também não é deste mundo, encontrando-se tão somente na esfera espiritual.

A felicidade plena, portanto, está apenas em Deus e a alcançaremos a partir dos esforços que devemos fazer com vistas à nossa transformação íntima, correspondente à aquisição de virtudes que nos capacitarão tanto ao conhecimento de nós mesmos quanto à construção do Reino dos Céus, através da purificação do próprio coração. Para tanto, é condição “sine qua non” despojarmo-nos de tudo quanto nos prende à inferioridade, esvaziando por completo o vaso das impurezas que cultivamos há longo tempo. Segundo o filósofo Huberto Rohden, é dessa maneira, esvaziando-nos, que Deus poderá nos preencher com sua sabedoria e este pensamento faz eco à informação dos Imortais a Allan Kardec, afirmando, em O Livro dos Espíritos (questão 967), que a felicidade dos bons Espíritos consiste, para começo de conversa, no conhecimento de todas as coisas e em não alimentarem as paixões próprias dos homens pouco evolvidos: “Para eles, o amor que os une é fonte de suprema felicidade”.

Ser feliz, imagino, é uma ordem vinda do Mais Alto a fim de que saibamos cumprir a Vontade Divina esboçada no “amai-vos uns aos outros” ouvido há mais de dois mil anos. Essa ordem consiste, no que diz respeito aos cristãos, na observação das bem-aventuranças, sabendo-se, desde já, que bem-aventurado é o homem que sabe cumprir seus deveres para com Deus, para com o próximo e para consigo mesmo, fazendo jus às recompensas que a Bondade Divina lhe prodigalizará tanto durante a encarnação, tendo ele a consciência tranquila, quanto após sua desencarnação. Nesse momento é que ele estará, de fato, colhendo os louros de sua jornada, porquanto soube semear o bem ao longo do caminho trilhado. Será, então, como é informado no Evangelho: os bodes serão apartados das ovelhas; e enquanto estas estarão do lado direito do Senhor, uma vez tendo amado e servido com desinteresse, aqueles passarão à sua esquerda (Mateus 25:31-41)...

Comentários

  1. PARABÉNS COM ANÁLISE SINTÉTICA DA FELICIDADE APARENTEMENTE PALPÁVEL E A FELICIDADE TRANSCENDENTE.
    DEUS LHE INSPIRE SEMPRE

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