Francisco Muniz -
No que nos concerne – a nós, Espíritos em estágio na Terra
–, a dor é um dos principais instrumentos de evolução que a Misericórdia Divina
nos põe à disposição para o aprendizado que nos transformará em seres cada vez
mais conscientes de nossa condição de filhos de Deus. Diz o Espírito de
Verdade, no item 6 das Instruções dos Espíritos (Cap. VI de O Evangelho Segundo
o Espiritismo), que a dor é a marca característica da Humanidade, sendo esta a
razão pela qual se deu a Terceira Revelação, o Consolador prometido que tem a
missão de nos consolar pelo esclarecimento: “Venho ensinar os pobres
deserdados; venho lhes dizer que elevem sua resignação ao nível de suas provas;
que chorem, porque a dor foi sagrada no jardim das Oliveiras; mas que esperem,
porque os anjos consoladores virão enxugar suas lágrimas”.
De acordo com o Espírito Emmanuel, mentor do médium
Francisco Cândido Xavier (de saudosa memória), há dois caminhos para o
aprendizado do Homem: o primeiro – o mais fácil deles e, contraditoriamente, o
menos procurado – é o da observação, através do qual podemos crescer obedecendo
às leis de Deus inscritas em nossa consciência. O segundo caminho – mais
difícil e, também contraditoriamente, o mais buscado – é o da experimentação,
feita a partir dos estímulos externos, exatamente aquilo que produz a dor de
que nos queixamos. No entanto, ainda que lamentemos o papel retificador da dor,
o buril que corrige nossas imperfeições, devemos nela ver sempre o aspecto
positivo, conforme nos convida Um Espírito Amigo nas páginas de O Evangelho
Segundo o Espiritismo (item 7 do Cap. IX): “A dor é uma bênção que Deus envia
aos seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes, mas bendizei, ao
contrário, o Deus todo-poderoso que vos marcou pela dor neste mundo para a
glória no céu”.
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