Triste história

Francisco Muniz -




Em 2024 - daqui a menos a exatos dois anos -, completar-se-ão 17 séculos da oficialização do Catolicismo como religião do Império Romano do Ocidente. Desde então, o grupo que se apropriou da herança cristã passou a se denominar Igreja Católica Apostólica Romana e a doutrina do Cristo começou a ser distorcida...

De lá para cá, a humanidade conheceu, no período de trevas que foi a Idade Média, a crueldade das Cruzadas e dos tribunais da Santa Inquisição, quando médiuns, acusados de bruxaria, foram perseguidos, presos, torturados e mortos na fogueira, sob as ordens da Santa Madre Igreja.

Mancomunado com as cabeças coroadas da Europa, o Vaticano impunha a fé cega e negava a seus fiéis o conhecimento das Escrituras, a despeito das ações de um Francisco de Assis, imbuído da recomendação de reconstruir a igreja do Cristo Jesus.

Iludidos pela falsa ideia de salvação apregoada pela Igreja, os fiéis eram exortados a comprar indulgências, interessadas em garantir um lugar no céu, até que entra em cena a coragem de Martinho Lutero, contestando a bula papal nesse sentido.

Contrariamente às propostas libertárias de Jesus, a Igreja declara guerra ao Protestantismo e na fatídica Noite de São Bartolomeu Paris é banhada em sangue protestante com a cumplicidade de Catarina de Médicis (imagem acima), mãe do monarca francês de então.

Foi preciso que 18 séculos depois de Cristo as potestades divinas providenciassem a terceira revelação de Deus aos homens e assim a promessa da vinda do Consolador é cumprida. O Espiritismo, com sua fundação marcada pelo lançamento de O Livro dos Espíritos em Paris, em abril de 1857, vem recordar tudo quanto Jesus ensinara, bem como complementar esse ensino em vários pontos.

Desse modo, pelo estatuto da reencarnação, instrumento da Suprema Justiça, os antigos perseguidos e perseguidores têm vindo continuamente à face escura do planeta com a finalidade de se reajustarem pelo perdão, sob os auspícios da Lei de Amor, e assim apagarem as manchas deletérias do comportamento desabonador.

É desse modo que um futuro mais brilhante se anuncia para a humanidade terrena, consoante as determinações inexoráveis da Lei do Progresso, porquanto Deus não quer a morte do ímpio, quer que ele se converta ao Supremo Bem!

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Para aprofundar tais questões, recomendo a leitura do livro Os Cátaros e a Heresia Católica, de Hermínio Miranda.

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