Nascer de novo é uma necessidade

Francisco Muniz -


Na charge, o neto, sentado ao lado do avô, diz para ele esta frase: "Na sua idade, eu também não acreditava em reencarnação!" Parece engraçado - e até rimos, quase sem notar a obviedade incrustada na piada -, mas trata-se de uma lição das mais sérias que o autor procura transmitir de uma forma bastante leve, ressaltando uma verdade milenar observada no seio de muitas famílias por esse mundo afora.
A reencarnação é um fato, uma lei da vida que o Espiritismo apenas dissemina, com a finalidade de nos fazer recordar de tão precioso ensinamento, o qual Jesus delineou no célebre encontro com o doutor da lei Nicodemos. "Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo", disse o Mestre, fazendo a imprescindível distinção entre o Espírito imortal e o corpo perecível. Como na metáfora do casulo, a lagarta se metamorfoseia em borboleta; ou seja, a alma, vencida a etapa da vida material, liberta-se e volta a seu ambiente natural, que é o mundo espiritual.
Entretanto, muita gente não consegue, ainda, compreender nem aceitar algo tão natural: se há espíritos - e os há, pois todos o somos! - e se eles vêm à Terra para o necessário aprendizado das virtudes, a morte do corpo é em verdade o momento do começo da avaliação das provas aqui realizadas. Em razão dessa avaliação, conforme o resultado eles se submetem a nova experiência na carne, continuando os exercícios disciplinares que os capacitarão a novos e melhores voos, ascendendo sempre, pois tal é a finalidade do processo reencarnatório: o progresso espiritual, tanto quanto o material.
Então, sim! As crianças podem, às vezes, recordar aspectos de suas experiências transatas, tanto quanto muitos "marmanjos" conseguem obter tais lembranças, desde que estimulados através da hipnose, por exemplo. Foi assim que psiquiatra norte-americana Dra. Helen Wambach suas pesquisas nessa área, cujos resultados compuseram o livro "Recordando vidas passadas". Quando tinha dois anos e meio, minha neta parou no meio de uma brincadeira comigo e com o irmão para me dizer espontaneamente estas palavras reveladoras: "Vovô, quando você era neném, eu era grande para segurar você nos braços!"
Se eu acredito em reencarnação? Não mais: agora eu sei!

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