Francisco Muniz -
Sob a epígrafe “O povo de Deus deve fugir”, o versículo 5 do
capítulo 18 do Apocalipse, o livro da Revelação de João, o evangelista,
comparece hoje, dia 7 de maio, para os comentários que faremos, no âmbito do
estudo de temas do Novo Testamento, de acordo com nosso aprendizado da Doutrina
Espírita. O texto, copiado da Bíblia de Jerusalém, é o seguinte:
“(...) porque seus pecados se amontoaram até ao céu, e
Deus se lembrou das suas iniquidades (...)”
Antes de abordarmos o teor do versículo destacado, vejamos
tanto o que motiva as palavras de João quanto o que vem em seguida, desvendando o
que há das reticências entre parênteses, desde o versículo 4 até o oitavo,
referindo o anúncio sobre a “queda de Babilônia” (*): “Ouvi então uma outra voz
do céu que dizia: ‘Saí dela, ó meu povo, para que não sejais cúmplices dos seus
pecados e atingidos pelas suas pragas (...) Devolvei-lhe o mesmo que ela pagou,
pagai-lhe o dobro, conforme suas obras; no cálice em que ela misturou misturai para
ela o dobro. O tanto que ela concedia em glória e luxo devolvei-lhe em tormento
e luto. Porque, em seu coração, ela dizia: Estou sentada como rainha, não sou
viúva e nunca experimentei luto... Por isso as suas pragas virão num só dia:
morte, luto e fome, e pelo fogo será devorada, porque o Senhor Deus que a julgou
é forte’.”
No entanto, desprezaremos o quanto possível o contexto “babilônico”
para nos determos estritamente ao espírito do versículo destacado, que nos
remete à aplicação da Lei de Causa e Efeito, ou Lei do Retorno, que se resume
na expressão evangélica “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”.
Isso que dizer que, como herdeiros de nós mesmos e da Divindade, estamos todos
submetidos às leis divinas, cuja imposição nos faz caminhar inapelavelmente
para frente, ou seja, para a evolução, crescendo espiritualmente sempre e cada
vez mais no objetivo daquela Perfeição proposta por Jesus há mais de dois mil
anos. É uma caminhada incessante, iniciada há milênios e ainda longe de, em
nosso caso (**), apresentar resultados satisfatórios. No entanto, conforme
Iahweh (Jeová) explicou a Moisés, a humanidade tem a Eternidade toda para
realizar seu aprendizado...
Enquanto isso, seguimos amontoando “pecados” até o céu, quer
dizer, erramos muito mais do que acertamos e até mesmo aqueles que se adiantam
no processo regenerador tem, por vezes, a necessidade de retornar sobre os próprios
passos para corrigir antigos delitos (***), porquanto a Lei nada deixa impune.
É preciso, como bem disse Jesus, pagar “até o último ceitil” para sairmos “dali”,
ou seja, tirar de nós a mácula espiritual que não nos permite avançar às sendas
do aprendizado superior. É assim que Deus, vibrando nos recessos mais profundos
de nosso ser, não se esquece de nossas iniquidades, recordando-nos, mais uma
vez, os dois princípios da contabilidade: quem recebe deve; quem paga tem
crédito. A lei, contudo, é sempre misericordiosa e ainda que não quitemos
nossos débitos da maneira como gostaríamos, a Providência continua nos dando os
recursos e as oportunidades necessárias a tal cometimento.
Notas
(*) Os exegetas, isto é, os especialistas na interpretação
das Sagradas Escrituras e do Evangelho de Jesus, ainda não chegaram a um acordo
sobre se essa Babilônia do Apocalipse é um lugar do mundo ou uma condição da
Humanidade, passíveis, ambos, do julgamento divino.
(**) Referimo-nos aos Espíritos vinculados ao planeta Terra,
um mundo ainda inferior, marcado pela pequenez moral de seus habitantes,
nos quais defeitos terríveis como o egoísmo e o orgulho ainda preponderam, segundo
o que os Espírito Superiores dizem em O Livro dos Espíritos.
(***) A esse respeito, recomendamos a leitura do livro Sexo
e Destino, ditado pelo Espírito André Luiz ao médium Francisco Cândido Xavier;
ed. FEB, Rio de Janeiro.
Obrigada por colaborar par ampliação do nosso aprendizado. Bjsa
ResponderExcluirSomos companheiros de viagem com o dever de colaborarmos uns com ou outros, a fim de que a viagem seja tão agradável quanto satisfatória. Grande abraço.
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