Francisco Muniz -
Nosso estudo de algumas passagens do Novo Testamento nos
leva hoje, dia 22 de maio – data do aniversário de minha filha Ananda, a quem
dedico estes comentários – ao versículo 5 do capítulo 16 do Evangelho de Lucas.
Eis o texto, extraído da Bíblia de Jerusalém, onde é colocado sob a
epígrafe “O administrador infiel”, que comentaremos de acordo com o aprendizado
da Doutrina dos Espíritos:
“Convocou então os devedores do seu senhor um a um, e
disse ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu senhor?’”
Essas palavras são parte de uma parábola contada por Jesus
que encerra um grande e precioso ensinamento. Ao reconhecermos que, na Terra,
somos todos meros administradores dos recursos que a Divindade nos empresta
para bem vivermos, devemos ter em mente que o tempo todo negociamos esses bens
no trato com os semelhantes. Nessa negociação, contudo, nem sempre somos
honestos, às vezes nos corrompemos mutuamente, ou simplesmente ficamos
indiferentes, tornando-nos assim administradores infiéis, em razão de nossa iniquidade.
É nessa parábola, contudo, que o Cristo nos pede fazer amigos “com o Dinheiro
da iniquidade, a fim de que, no dia em que faltar, eles vos recebam nas tendas
eternas” (Lucas 16:9).
Ensina-nos Allan Kardec ser a vida futura o verdadeiro móvel
das ações do Espírito imortal estacionados na Terra momentaneamente, apontando
tanto para a exiguidade de nossa presença no planeta quanto para a imperiosa
necessidade de voltarmos para nosso lugar de origem – plano espiritual. É aí
que, no âmbito da consciência, faremos a devida prestação de contas de cada tarefa
que a Bondade divina nos confiou, para cuja realização emprestou-nos todos os
recursos indispensáveis, a começar da oportunidade de aqui nos encontrarmos.
Assim é que a cada instante somos defrontados com as provas que têm o condão de
aumentar nossos méritos perante a Providência, desde que sejam aceitas com
resignação e cumpridas com disposição, boa vontade e coragem.
Tais provas, ainda que se iniciem e sejam mais intensas no
âmbito da família, abarcam a sociedade e alcançam toda a Humanidade, nas
dimensões física e extrafísica, justamente para termos condições de formar
vínculos de amizade ou estreitá-los, fortalecendo-os, caso já existam. Vejamos
que a palavra “amizade” tem o mesmo radical etimológico da palavra “amor”, que
vem a ser, mais que um sentimento, um recurso energético de elevada magnitude
que devemos utilizar em cada uma das relações de “negociação” que somos levados
a fazer durante nossa jornada planetária, do berço ao túmulo, a fim de obtermos
a alegria de sermos bem recebidos nas “tendas eternas” (*), isto é, na esfera
espiritual que nos couber, quando do retorno, de acordo com o nível evolutivo
de cada um.
Além da oportunidade, representada pela página em branco de
cada novo dia, e da energia criativa do amor, Deus nos dá infinitos outros
recursos que devemos administrar para o nosso e para o bem de todos, como sejam
a família, mostrando que sozinhos não conseguimos crescer, o conhecimento da
Verdade legado por Jesus – o Evangelho, agora interpretado pelo Espiritismo. O
fato é que em toda situação da vida de relação temos a possibilidade de
desenvolver nosso potencial de virtudes mediante a partilha dos recursos de que
dispomos para promover o máximo de felicidade em redor de nossos passos. Segundo
o Livro dos Mortos dos antigos egípcios, após o regresso da alma ao
plano espiritual somente duas perguntas são feitas: Você proporcionou
felicidade a alguém? Proporcionou felicidade a si mesmo? Se as respostas forem
positivas, a alma pode seguir em frente, caso contrário, retorna ao palco de
carne para refazer suas experiências, em nova e mais árdua reencarnação...
(*) Ver comentário do dia 19 de maio, sobre a transfiguração
no Monte Tabor.
Parabéns para Ananda!
ResponderExcluirMuito obrigado, Jo.
ExcluirBoa reflexão!!
ResponderExcluirJesus abençoe sua querida filha, com muita saúde, inteligência e amor!!!
Assim seja. Deus conosco, Jesus sempre, graças a Deus!
ExcluirGRATA mais uma vez, primo. Bjos na Ananda. Ela é adorável!
ResponderExcluirObrigado, querida Maria. Muita paz.
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