Esta data no Evangelho (14 de maio)

Francisco Muniz - 



A segunda parte da Epístola de Paulo aos Efésios, intitulada “Parênese” (*), apresenta-nos o versículo 5 do capítulo 4 para os comentários que faremos hoje, dia 14 de maio, sob a inspiração da Doutrina Espírita, prosseguindo o estudo de algumas passagens do Novo Testamento. Assim, vamos à Bíblia de Jerusalém, onde lemos o texto seguinte, colocado sob a epígrafe “Apelo à unidade”:

“(...) há um só Senhor, uma só fé, um só batismo (...)”

Talvez, um dos maiores desafios do Espírito em tarefa no planeta, durante a encarnação, seja esse apontado pelo Apóstolo dos Gentios: buscar a unidade em meio à diversidade. Porque, para onde quer que se olhe, depara-se com a dicotomia, o que obriga a criatura senciente a fazer escolhas constantemente – e decidir não é mesmo muito fácil. É esse o ambiente em que a alma experimenta sua capacidade de ação, em lutas íntimas – e também externas! – que têm a finalidade de desenvolver-lhe as faculdades espirituais para alcançar o objetivo grandioso de sua existência: a definitiva união em Deus (“Eu e o Pai somos um”, conforme disse Jesus), quando enfim experimentará aquele “repouso” de que falamos outro dia, comentando ainda as palavras de Paulo de Tarso.

Mas vejamos, como é praxe, o que indicam as reticências entre parênteses, tanto antes quanto depois do verso selecionado. “Exorto-vos”, diz Paulo no primeiro versículo, “pois eu, o prisioneiro no Senhor, a andardes de modo digno da vocação a que fostes chamados: com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros com amor, procurando conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só Corpo e um só Espírito, assim como é uma só a esperança da vocação a que fostes chamados (...)” finalmente, ele comenta, fechando o sexto versículo: “(...) há um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos”.

Ainda que o Apóstolo se refira aos membros da Igreja de Éfeso, é nosso dever, como integrantes da grande igreja do Cristo, ultrapassar os limites do alcance da Carta de Paulo e incluirmo-nos como destinatários de suas observações, porquanto tudo ali nos diz respeito. Desse modo, veremos em nós mesmos também a vocação para o chamado e a necessidade de adotarmos uma postura digna dos trabalhadores de Jesus, buscando vencer os obstáculos que encontramos em nossa caminhada no rumo da evolução. Um dia, um Amigo Espiritual revelou-nos que, neste momento de nossa história no mundo, esses obstáculos, em razão de nosso empenho em melhorar de condição, serão cada vez maiores. Mas não devemos temer, uma vez que o Cristo, ao nosso lado, dá-nos a força imprescindível para bem realizarmos a tarefa, sendo útil recordarmos as palavras do Mestre: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16:33).

Ter bom ânimo é confiar em Deus, robustecendo a fé pelo raciocínio que nos faz ver que toda situação adversa é passageira e contribui para o fortalecimento de nossos propósitos enobrecedores voltados para a aquisição dos valores imperecíveis da alma, desde que saibamos agir em meio a tais vicissitudes. São elas observadas e vivenciadas principalmente na vida de relação: no ambiente doméstico, no meio profissional, no âmbito da sociedade, convidando-nos a incessantes meditações tanto sobre o próprio comportamento quanto a conduta alheia, a fim de buscarmos sempre a harmonia na convivência, tornando nossas provas mais suaves. E para que isso se efetive é imperioso ter sempre em mente a recomendação do Messias Nazareno: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26:41).


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