Esta data no Evangelho (30 de abril)

Francisco Muniz - 



O “Ministério de Jesus na Galileia” dá título à terceira parte do Evangelho de Mateus, de onde tiramos o tema que tentaremos comentar neste dia 30 do findo mês de abril, abordando o versículo 30 do quarto capítulo, colocado sob a epígrafe “Jesus em Nazaré”. Enquanto escrevo estas linhas, ouço o Padre Zezinho cantar “Um certo galileu”, na seleção musical do computador. Eis o texto copiado da Bíblia de Jerusalém, para continuarmos o estudo de algumas passagens do Novo Testamento sob a inspiração da Doutrina Espírita:

“Ele, porém, passando pelo meio deles, prosseguia seu caminho...”

Conforta-nos pensar que Jesus, o guia e modelo da Humanidade, prossegue caminhando entre nós, demonstrando seu imenso amor por seus irmãos menores, ainda confusos quanto ao caminho a seguir, perdidos em meio às ilusões da matéria, assim distanciando-se das alegrias espirituais simbolizadas na figura do Reino dos Céus. E esse conforto hoje nos chega através do esclarecimento que o Espiritismo promove a quantos queiram respostas para suas dúvidas mais secretas e buscam transformar sua fé, mesmo incipiente, na força inabalável que nasce do autoconhecimento: saber o que somos, de onde viemos e para onde vamos após o périplo pelo mundo, como Espíritos encarnados, liberta-nos da confusão e permite que encontremos o Cristo no meio (na alma) de nós mesmos.

Eu seu livro Minutos com Chico Xavier (*), o escritor espírita paulista José Carlos de Lucca, comentando uma fala do médium mineiro comparando-se a uma formiga, aproveita a mesma imagem para fazer um interessante retrato de Jesus: “O Governador Planetário, tal como o chamam os Espíritos de Luz, nasceu numa estrebaria cercado do calor dos animais. Trabalhou na humilde carpintaria de seu pai, não era rico, viveu boa parte de sua vida em uma cidade de pouca expressão política e econômica, não escreveu nenhum livro, não vivia em palácios nem nas sinagogas, preferindo o contato com o povo junto aos montes e lagos. Ensinou aos seus discípulos, lavando-lhes os pés, que o maior de todos seria aquele que mais servisse. Foi perseguido, traído e abandonado pela maioria de seus discípulos no momento da crucificação. Mas foi esta formiga chamada Jesus de Nazaré que dividiu a História da Humanidade em antes e depois dele”.

O que o evangelista ressalta nesse versículo é a ação serena do Nazareno ante a sanha de seus conterrâneos, insatisfeitos, revoltados mesmo, com a “audácia” do filho de Maria, a quem eles conheciam, de declarar-se como o Messias anunciado nas Escrituras. Levaram-no até a beira de um precipício e queriam jogá-lo morro abaixo. Jesus, contudo, passou tranquilamente por eles, porque ainda não havia chegado sua hora, e seguiu seu caminho, indo estabelecer-se em Cafarnaum (**), na casa de seu apóstolo Simão Pedro. De lá transmitiu seu verbo consolador para o mundo todo, socorrendo os infortunados e amparando os necessitados do corpo e da alma, e o eco de suas lições continuam reverberando nos quatro cantos da Terra, enchendo de esperança o coração dos “infelizes transviados que, vendo o céu, tombam no abismo do erro...”, como ressalta o Espírito de Verdade nas páginas de O Evangelho Segundo o Espiritismo (***).  

Notas

(*) Capítulo “A lição da formiga”; ed. Intelítera, São Paulo – SP, 2014.

(**) O significado provável dessa palavra é “aldeia de Naum” (Khefar Naum). Naum, cujo nome em hebraico significa "o consolador", é o sétimo dos Profetas Menores, a quem se atribui a autoria do Livro de Naum, que conta sobre a destruição de Nínive, capital da Assíria, a cidade que Jonas advertiu.

(***) Cap. VI (“O Cristo consolador”), item 5 das Instruções dos Espíritos (“Advento do Espírito de Verdade”).


Comentários

  1. Belisso comentário!!
    Jesus!!! Passou por tudo, e só fez ensinar, com exemplo... Viva o Nosso Divino Irmão!
    Obrigada amigo!

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    1. Guia, conduz-nos no caminho com segurança; modelo, espera que o imitemos, cumprindo suas recomendações e exemplos...

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