Francisco Muniz -
Vem do versículo 27 do quarto capítulo do Evangelho de Lucas o assunto que abordaremos neste dia 27 de abril, em prosseguimento do estudo de algumas passagens do Novo Testamento à luz do Espiritismo. O texto, retirado da Bíblia de Jerusalém e informado a seguir, está colocado sob a epígrafe “Jesus em Nazaré” e integra a terceira parte do livro do evangelista, que foi médico e amigo de Paulo de Tarso:
“Havia igualmente muitos leprosos
em Israel no tempo do profeta Eliseu; todavia, nenhum deles foi purificado, a
não ser o sírio Naamã.”
A
hanseníase, antigamente conhecida como lepra, é causada por infecção pela
bactéria “Mycobacterium leprae”. Ela afeta principalmente a pele, os
olhos, o nariz e os nervos periféricos. Os sintomas incluem manchas claras ou
vermelhas na pele com diminuição da sensibilidade, dormência e fraqueza nas
mãos e nos pés. A lepra pode ser curada com 6 a 12 meses de terapia com vários
medicamentos. O tratamento precoce evita deficiência. Esta informação se refere
a estes tempos, porque para os hebreus da antiguidade a lepra, como era chamada a enfermidade, era considerada uma maldição, um castigo divino, citada
inclusive pela Bíblia. O estigma, a discriminação com a doença e com
quem sofre a ação em seu corpo foram construídos pela associação do termo lepra às deformidades causadas ao paciente.
O
verso anotado por Lucas é parte do comentário do Cristo a seus
conterrâneos, que se escandalizaram quando Jesus leu os escritos de Isaías
acerca do Messias, afirmando que naquele dia as profecias se cumpriam nele próprio.
O Nazareno é obrigado a abandonar sua cidade, junto com seus discípulos, após declarar
que “nenhum profeta é bem recebido em sua pátria”, razão pela qual cita o profeta
Eliseu, como antes havia citado Elias (Lucas 4:26), de quem o primeiro foi
discípulo. Eliseu, nome cujo significado, em hebraico, é “Deus é sua salvação”,
não pôde (*) curar os leprosos de Israel, pela descrença destes. Tanto em
Israel como nas cercanias, esse mal parecia ser endêmico. Naamã – um estrangeiro!
–, que era chefe do exército do rei Aram, instado a buscar o profeta para “limpar-se”,
a princípio não acreditou em Eliseu, mas depois cumpriu as disciplinas (mergulhar sete vezes no rio Jordão) e
curou-se.
No
entanto, não foi apenas em Nazaré que desacreditaram de Jesus, porquanto ainda
hoje os próprios judeus não o aceitam como o Messias que veio, mais de dois mil
anos atrás, para apontar-lhes – ao povo escolhido! – o caminho da
salvação. Tal benefício foi transferido, assim, para os gentios, os
estrangeiros, e vemos hoje a “sede” do Cristianismo fincada no coração do
antigo paganismo (Roma), conforme lemos nas páginas de O Evangelho Segundo o
Espiritismo. Na atualidade, e conforme as palavras do Espírito Humberto de
Campos, a incredulidade dos homens motivou a transferência da “árvore do
Evangelho” do mundo antigo para o coração dos habitantes do Novo Mundo, de modo
que o Espiritismo, herdeiro da pureza do Cristianismo original, encontrou solo
fértil em terras do Brasil.
Hoje,
a lepra que nos contamina não é mais a enfermidade física que deforma corpos,
mas o mal moral que corrompe o caráter, maculando a alma, consequência das duas
grandes chagas características da Humanidade estacionada na Terra: o orgulho e
o egoísmo. É desses defeitos que nasce o materialismo que determina nossa inferioridade
espiritual, a qual superaremos após cumprirmos os sete passos da purificação, significando
as etapas reencarnatórias nesse sentido. Foi desse modo que Jesus, conhecedor
da realidade espiritual de cada um que se lhe aproximou, pôde determinar a cura
de muitos deles, que a mereciam, mas não de todos.
(*) Ver,
a partir do capítulo 2 do segundo livro de Reis, na Bíblia Sagrada, as
narrativas acerca do profeta Eliseu.
Jesus nosso guia e modelo! Tenho uma amiga de infância que estudou a bíblia comigo. Amava Jesus . Foi para a Itália e mesmo pertinho do papa ,perdeu a fé. Para ela Jesus é apenas um revolucionario e ponto final.
ResponderExcluirA jornada para o alto é cheia de obstáculos e por vezes eles parecem maiores que nossa força, por isso muitos de nós experimentam o retrocesso. Jesus, contudo, nos pede perseverança até o fim.
ExcluirBom dia, como falou Jesus, " homens de pouca fé , somos nós ainda ,engatinhando nessa luta, caindo levantando , mas um dia chegaremos lá, fortalecidos nessa fé que nos pede o MESTRE
ResponderExcluirMuita paz.
Confiemos e trabalhemos nesse sentido, minha amiga, e logo chegaremos lá.
ExcluirDenizaide
ResponderExcluirQue bom te ver por aqui, Deni. Grande abraço.
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