Esta data no Evangelho (25 de abril)

Francisco Muniz - 



Hoje, dia 25 de abril, vamos buscar na Epístola de Paulo aos Efésios o tema de nossos comentários, prosseguindo o estudo de algumas passagens do Novo Testamento. Assim, trazemos à baila o versículo 25 do capítulo 4 dessa Carta, lido na Bíblia de Jerusalém, para a abordagem segundo o aprendizado da Doutrina Espírita. Ei-lo:

“Por isso abandonai a mentira e falai a verdade cada um ao seu próximo (grifo do original), porque somos membros uns dos outros.”

Ao médium Francisco (Chico) Cândido Xavier uma vez perguntaram: “Chico, você mente?” Com a simplicidade que lhe era peculiar, o “secretário dos Espíritos” (assim ele se definia) respondeu: “Não, eu só adio um pouco a verdade...” Esta historinha serve para avaliarmos o quanto é difícil falar sempre a verdade num mundo onde reina a hipocrisia, mas é justamente por isso que o Apóstolo dos Gentios nos conclama a esse procedimento diferenciado, porquanto nós, por livre escolha, decidimos viver “a vida nova em Cristo” (esta a epígrafe do versículo que ora abordamos), entendendo que, sendo membros uns dos outros, assim constituindo a igreja de Jesus, temos por dever fazermos jus aos benefícios que a Verdade representada pelo Mestre nos traz.

Não somos, contudo, membros unicamente da comunidade cristã, mas células integrantes do próprio corpo do Cristo Cósmico, como assim compreenderam Carlos Torres Pastorino (*) e Huberto Rohden (**). Do mesmo modo como nosso corpo físico necessita ter células saudáveis e funcionando convenientemente, também o Cristo Cósmico precisa que nós, Espíritos imortais, as ovelhas de seu rebanho, estejamos vibrando de modo a mantermos o equilíbrio que a Vida exige em suas manifestações. Assim, se uma célula interrompe seu bom funcionamento, essa interrupção compromete suas irmãs mais próximas e pode desequilibrar todo o conjunto, provocando enfermidades de difícil recuperação, por vezes.

O que Paulo quer dizer tanto remete à fala do Cristo sobre adotarmos uma postura sempre coerente com nossa condição – “Seja o teu falar sim, sim e não, não.” – quanto à recomendação do Espírito Emmanuel no livro Pão Nosso (***). Nessa obra, o antigo mentor de Chico Xavier pede que examinemos os assuntos e as atitudes que nossa presença desperta nos outros, a fim de descobrirmos a qualidade de nossa sombra: “Se te encontras interessado em aquisição de valores iluminativos com Jesus, será fácil descobrires as próprias deficiências e corrigi-las”. Fazendo assim, conseguiremos comunicar a verdade em nós a quem se nos aproxime, transmitindo, o quanto possível, a Verdade do Cristo, a quem servimos.

Ademais, a observação paulina diz respeito aos esforços que os novos aprendizes precisam fazer no sentido de se manterem no novo caminho, desvinculando-se em definitivo das antigas práticas, dos velhos costumes e dos conceitos ultrapassados, porquanto em Jesus encontramos verdadeiramente uma nova vida. E esta vida nova é pautada exclusivamente nas verdades que aos olhos comuns parecem ocultas, porque são as verdades do Espírito imortal, as verdades do Reino dos Céus que, pela amorosa recomendação do Cristo, estamos aprendendo a construir no altar do coração, a fim de nos libertarmos da vida ilusória (mentirosa) que antes abraçávamos.

Notas

(*) Autor de Sabedoria do Evangelho e de Minutos de Sabedoria (ed. Sabedoria, Rio de Janeiro).

(**) Criador da Filosofia Univérsica e autor de livros como Profanos e Iniciados e Metafísica do Cristianismo (ed. Alvorada, São Paulo).

(***) Psicografia de Chico Xavier, cap. 172 (“Que despertas?”), ed. FEB, Brasília.


Comentários

  1. Acho difícil demais mentir. Toda vez que tive que mentir, era descoberta na hora, então desisti. Ou faço como Chico, ou me calo.

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