Francisco Muniz -
“Estando ele a caminhar junto ao mar da Galileia, viu
dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam a rede ao
mar, pois eram pescadores.”
Em 2019, quando precisei me submeter a um tratamento de
quimioterapia para apagar as marcas deixadas por um “caranguejinho” em meu
corpo, idealizei algumas técnicas utilizadas por Jesus no desempenho da missão
que o trouxe a este mundo. Ele, que desde cedo observou as atividades pastoris
a que os judeus de seu tempo se entregavam, pôde, de acordo com minha pobre
percepção, aplicar as técnicas do pastoreio, da agricultura e, dentre outras, também
a da pesca, para a qual imaginei este “passo a passo”: 1 - abra uma Bíblia
aleatoriamente; 2 - jogue o anzol; 3 - se vier um peixe, foi do
Novo Testamento; 4 - peça a um amigo para abrir a boca do peixe e tirar
uma moeda; 5 - peça a esse amigo para pescar outro peixe; 6 -
asse esses dois peixes e junte três pães; 7 - parta tudo em pedacinhos,
enchendo 12 cestos; 8 - com esses pedacinhos, alimente cinco mil pessoas;
9 - escolha um amigo pescador, de preferência aquele do início, por ser o mais
velho, e diga-lhe que doravante ele será pescador de homens.
A tarefa de “pescar homens” – ou almas – constitui a
principal atividade, ou vocação, dos cristãos, desde que sejam fiéis trabalhadores
do Cristo, na atualidade, e isto se faz através do talento de que cada um
disponha ou manifeste, consciente ou inconscientemente. Pois há, seguramente,
quem realize trabalhos muito importantes nos quais não veja relevância alguma. Uma
vez, há muito anos, conversamos com um Espírito feminino, durante uma reunião
mediúnica, que se queixava de não ter méritos para seguir em frente em sua
jornada evolutiva; então perguntamos o que ela fazia quando encarnada e a ouvimos
dizer que tinha sido uma simples lavadeira; inspirados, dissemos ser essa uma tarefa assaz grandiosa, pois ela atendia à necessidade de bem apresentarem-se os
homens de negócio, engomando-lhes os ternos; as mulheres em suas recepções,
ostentando belos e muito bem passados vestidos; e as crianças, com seus
impecáveis uniformes escolares. Ao final de nossa conversa, pedimos a essa
entidade espiritual que olhasse para as próprias mãos e ela as viu brilharem,
despedindo-se muito feliz.
Assim Jesus passa por cada um de nós, observando nossas
mínimas ocupações e dinamizando nosso potencial de realização para que, através
de nossos exemplos de probidade, honestidade, responsabilidade e zelo para com
as coisas de Deus que nos são emprestadas, outros possam proceder também de
igual forma, mesmo que movidos, às vezes, pelo espírito de competição. É aquela
história que ouvimos amiúde nas palestras na Casa Espírita: Deus não escolhe os
capacitados, ele capacita os escolhidos. A bem dizer, os escolhidos somos todos
nós que nos identificamos com a proposta e, ainda que estejamos marcados pelo
orgulho e pelo egoísmo, procuramos atender ao divino apelo. Em O Evangelho
Segundo o Espiritismo, Allan Kardec resume, no Cap. III, o ensinamento dos
Espíritos referente às “muitas moradas na casa de meu Pai” dizendo que, no
tocante ao nosso futuro, somente nos rivalizaremos uns com os outros na prática
do bem e da caridade. Tal é o objetivo da Doutrina Espírita, o aperfeiçoamento
moral de toda a Humanidade, conforme lemos em O Livro dos Espíritos.
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Abra sua alma!