Esta data no Evangelho (12 de abril)

Francisco Muniz


Vem do versículo 12 do capítulo 4 de Atos dos Apóstolos o assunto que devemos comentar hoje, dia 12 de abril, dando prosseguimento ao estudo de temas do Novo Testamento, sob a luz da Doutrina dos Espíritos. As palavras de Lucas, que declinaremos a seguir, são colocadas sob a epígrafe “Pedro e João diante do Sinédrio” e copiadas da Bíblia de Jerusalém:

“Pois não há, debaixo do céu, outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos.”

Ao ler essas palavras do evangelista Lucas, que soube da alta significação do nome de Jesus através dos relatos e da vivência de Paulo de Tarso, de quem era médico e amigo, lembro-me de quando, em meados dos anos 1990, nossas máquinas de escrever no trabalho de jornalistas foram substituídas pelos modernos computadores pessoais. Com eles vieram também as facilidades da informática e da Internet, que, então, era tão ou mais frágil que um bebê aprendendo a andar e a toda hora caía. Às vezes, essa queda acontecia bem no meio da redação de um texto, irrecuperavelmente, pois nos esquecíamos de providenciar o salvamento a tempo. Nessas ocasiões, havia sempre um colega engraçadinho que lançava bem alto esta frase, ironizando as perdas textuais: “Só Jesus salva!”

A bem da verdade, embora as palavras em exame tenham sido anotadas por Lucas, a frase não é dele, mas do apóstolo Pedro que, como relata a epígrafe, havia sido preso, junto com João, e discursava perante os sacerdotes do Sinédrio, enfatizando a importância do Cristo para o “povo escolhido” quanto para a Humanidade inteira: “É ele a pedra rejeitada por vós, os construtores, mas que se tornou a pedra angular” (Atos 4:11). Com efeito, não há, na história do mundo, nome mais significativo que o de Jesus, a personalidade mais enigmática jamais conhecida e sobre quem já foram escritos milhares de livros na tentativa de explicá-lo. É um nome que marcou o tempo e dividiu a História da Humanidade em antes e depois dele, um nome que faz tremer os submundos da Espiritualidade e encher de alegria a alma dos justos, aqueles comprometidos com seu trabalho de renovação dos homens e do planeta.

A expressão “só Jesus salva”, portanto, é de uma verdade e um valor ainda não dimensionados pelo homem comum, que é, em sua grande maioria, um Espírito iniciante no caminho do aprendizado evolutivo e por isso se deixa seguir pelos atalhos do materialismo, perdendo-se de si mesmo e distanciando-se do objetivo supremo. Quando esse homem/Espírito, cansado de dar infrutíferas voltas em torno de si mesmo, sem lograr encontrar-se, apela enfim para o Cristo, percebe que nunca esteve a sós, porque o Prestimoso Amigo era sua companhia constante, embora despercebida, só esperando sua anuência para retomarem juntos o caminho da salvação. Essa salvação representa o reconhecimento da condição do Cristo como aquela “pedra angular” referida por Pedro, sem a qual a construção de nosso edifício espiritual fica comprometida.

“Mas nem todo mundo é cristão!” – poderiam obstar, com isso querendo dizer que haveria quem não pudesse ser “salvo”, esquecidos porém de que a mensagem do Cristo é universal e de que seu Evangelho, a boa nova trazida ao conhecimento da Humanidade, é integralmente inclusivo. Em diversas ocasiões Jesus deixou patente sua condição de Pastor de todas as ovelhas da Terra, esclarecendo que seu rebanho abarca todo o planeta: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância!” (João 10:10) Em razão disso, fica aberta a porta da salvação a todos quantos não mais encontram pastagem fresca nos campos áridos da materialidade, estando assim insatisfeitos com a própria inferioridade moral e espiritual, bastando que atendam ao sublime convite constante do Evangelho de Mateus (11:28): “Vinde a mim todos vós que estais cansados e aflitos e eu vos aliviarei!”

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