Francisco Muniz //
Nesta data, 17 de fevereiro, nosso estudo de temas do Novo
Testamento nos leva à Segunda Epístola de Paulo aos Coríntios, de onde tiramos do versículo 17 do capítulo 2 o assunto dos comentários que faremos sob as luzes
da Doutrina Espírita. O texto, copiado da Bíblia de Jerusalém, diz o
seguinte:
“Não somos como aqueles muitos que falsificam a palavra
de Deus; é, antes, com sinceridade, como enviados de Deus, que falamos, na presença
de Deus, em Cristo.”
Novamente nos socorremos junto ao escritor Hermínio Miranda,
espírita de boa cepa, já desencarnado, que em suas atividades como médium
doutrinador (ou esclarecedor, como prefere o Espírito André Luiz), no Rio de
Janeiro, teve a oportunidade de dialogar com muitas entidades sofredoras. Um
desses Espíritos (*) identificou-se como um seguidor de Jesus declarando que
seu sofrimento se devia ao fato de distorcer os ensinamentos do Mestre,
mesclando-os com suas próprias ideias, como forma de apressar as transformações na
mente e na alma daqueles que tencionava converter. Depois, apaixonado pelos próprios
pensamentos particularistas, tornou-se um opositor do Cristo, deixando-se
conquistar pelas forças da Trevas, domínio esse que só terminou após as conversas
com o autor de Diálogo com as Sombras (ed. FEB).
Paulo de Tarso vem nos falar, portanto, da absoluta necessidade
de sermos fiéis às propostas de Jesus, seja vivenciando-as na medida de nossas
possibilidades, seja disseminando-as onde nos encontrarmos, verbalmente ou pelo
exemplo, porque tudo quanto o Cristo solicita de nós é fidelidade. Ao proclamarmos
as mensagens de vida eterna, sejamos discípulos sinceros e dedicados, assumindo
a responsabilidade de trabalhadores da vinha do Senhor, a fim de sermos
merecedores do salário corrrespondente. Jesus, na condição de nosso Mestre, preparou-nos, assim
como ao Apóstolo dos Gentios, para a tarefa de ampliar o conhecimento de seu
Evangelho, salientando que não é o discípulo superior a seu Senhor (Lucas 6:40).
Sobre as alegrias do Reino de Deus, assim, é preciso “falar abertamente e sem
temor”, como se lê no capítulo 12 do livro de Lucas.
Talvez vocês estejam se perguntando qual poderia ser o salário devido aos trabalhadores do Cristo, visto se tratar de um trabalho no campo da subjetividade, mas Jesus também nos esclareceu quanto a isso, ao afirmar que “a todo aquele que já tem se lhe dará ainda, e estará na abundância; mas para aquele que não tem, se lhe tirará mesmo o que tem” (Mateus 13:10 a 14). Essa lição é explicada, nas páginas de O Evangelho Segundo o Espiritismo (**) por Um Espírito Amigo, em quem reconhecemos hoje a Benfeitora Joanna de Ângelis, dizendo que “aquele que não cultiva o campo que o trabalho de seu pai lhe ganhou, e o qual ele herda, vê esse campo se cobrir de ervas parasitas”.
Ou seja, o salário são os encargos acrescidos à tarefa que houvermos cumprido com responsabilidade, como fiéis depositários dos bens que a Providência nos confiou. Caso contrário... haverá ainda choro e ranger de dentes, significando que amargaremos reencarnações com muito mais dificuldades, até aprendermos a lição da fidelidade a Jesus.
Notas
(*) Ver a série de três livros Histórias que os Espíritos
Contaram (ed. Correio Fraterno).
(**) Cap. XVIII, item 13 das Instruções dos Espíritos (“Dar-se-á
àquele que tem”).
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